(Com a voz fanha.) 19 horas e 53 minutos. Você está na Alpha FM, Sequência de Classe. Primeiro você ouviu Michael Jackson, com Human Nature. Depois foi a vez de Madonna, com Live to Tell. Você curtiu também Simply Red, Tony Braxton e Roxette, com Spending My Time. No relógio, 19h54. Para fechar a nossa sequência, você fica com C&C Music Factory, Take a Toke. Eu me despeço por aqui. E continue conosco, após o intervalo tem Alpha by Night!
24 de set. de 2009
23 de set. de 2009
NUMEROLOGIA
Caminhando na chuva hoje, passei na frente do prédio onde eu morava, na avenida Jurucê (amo você). E, sempre que a gente passa num lugar onde a gente já morou, vêm aquelas lembranças de como era viver a vida ali. Eu gostava muito do apartamento da Jurucê, fui bastante feliz lá. Foi basicamente na época em que morava ali que consegui minha independência e deixei de precisar do dinheiro dos meus pais (até mesmo o aluguel eu passei a pagar). Foi morando lá também que comecei a sair de balada (velhos tempos da Trash 80's), que fui ficando mais amigo dos meus melhores amigos hoje, que fui desbravando a cidade e até mesmo o mundo. Os porteiros eram gente boníssima, os moradores eram supertranquilos (não tinham a voracidade de reformar o apartamento a cada quinze dias, como acontece no prédio onde eu moro hoje), a garagem era fácil de estacionar, enfim... Só boas recordações mesmo! E tudo isso num apartamento número 54, que, segundo a numerologia de Aparecida Liberato, não é lá o melhor número para uma casa.
Acho que só isso pra mim já comprova que a irmã do Gugu é mesmo uma farsa. Lembro que ela ia semanalmente no Domingo Legal fazer a numerologia das velhas do auditório.
— Qual o número da sua casa, querida?
— 122.
— Nesse caso, a soma dos números é igual a 5. E 5 não é um bom número. O melhor é o 6. Então, coloque uma letrinha A do lado do número da sua casa para atrair boas energias.
E isso se repetia durante três horas (o Gugu nunca teve noção de tempo) todo santo domingo.
Quando encheu o saco da numerologia para o lar, passou-se para a numerologia dos carros.
— Qual a placa do seu carro, minha senhora?
— ABC 1234.
— A soma dá 16, que é igual a 7. Também não é um bom número. Seria melhor se a senhora escrevesse no cantinho da placa a letra H, que equivale a 8. Assim, a soma de 7 mais 8 vai gerar um 15, que é o mesmo que 6.
E lá ficavam as gordas da plateia se engalfinhando para que a numeróloga lhes passasse a chave da felicidade também no nível automobilístico.
Quem é mais velho acompanhou ainda a febre da mudança de nomes dos artistas. Acho que foi no começo dos anos 90 que Sandra Sá acrescentou um "de", Jorge Ben repetiu o "jor" no final do nome, e por aí vai. Cristina Rocha encheu o nome de H's e Y's, mas hoje acho que voltou a ser Cristina. Núbia Oliver já fez de tudo também (dois I's, pôs R, tirou R, se duvidar trocou até o pingo do i por trema), mas continua semidesconhecida.
Enfim, não preciso dizer que acho tudo isso um monumento à abstração. Meu apartamento soma 9 me trouxe dias excelentes, e nunca precisei colocar nenhuma letrinha depois do número. Aliás, tem uma coisa que eu sempre quis perguntar pra Aparecida Liberato (e que considero mais uma prova da charlatanice da pessoa): se se somam as letras e números da placa do carro, porque não se somam também as letras do nome da cidade e da sigla do estado? Elas estão tão escritas quanto a letrinha que o pobre coitado vai pôr ali do lado, a lápis. O mesmo também pra casa: se você vai escrever um A do lado do número, por que não somar as letras que muitas vezes aparecem na pichação que tem na fachada ou mesmo numa placa, no caso de um estabelecimento comercial? Vai entender a lógica da Liberato. Falando nisso, por onde andará a dita-cuja? Ultimamente ela está tão desaparecida...
Acho que só isso pra mim já comprova que a irmã do Gugu é mesmo uma farsa. Lembro que ela ia semanalmente no Domingo Legal fazer a numerologia das velhas do auditório.
— Qual o número da sua casa, querida?
— 122.
— Nesse caso, a soma dos números é igual a 5. E 5 não é um bom número. O melhor é o 6. Então, coloque uma letrinha A do lado do número da sua casa para atrair boas energias.
E isso se repetia durante três horas (o Gugu nunca teve noção de tempo) todo santo domingo.
Quando encheu o saco da numerologia para o lar, passou-se para a numerologia dos carros.
— Qual a placa do seu carro, minha senhora?
— ABC 1234.
— A soma dá 16, que é igual a 7. Também não é um bom número. Seria melhor se a senhora escrevesse no cantinho da placa a letra H, que equivale a 8. Assim, a soma de 7 mais 8 vai gerar um 15, que é o mesmo que 6.
E lá ficavam as gordas da plateia se engalfinhando para que a numeróloga lhes passasse a chave da felicidade também no nível automobilístico.
Quem é mais velho acompanhou ainda a febre da mudança de nomes dos artistas. Acho que foi no começo dos anos 90 que Sandra Sá acrescentou um "de", Jorge Ben repetiu o "jor" no final do nome, e por aí vai. Cristina Rocha encheu o nome de H's e Y's, mas hoje acho que voltou a ser Cristina. Núbia Oliver já fez de tudo também (dois I's, pôs R, tirou R, se duvidar trocou até o pingo do i por trema), mas continua semidesconhecida.
Enfim, não preciso dizer que acho tudo isso um monumento à abstração. Meu apartamento soma 9 me trouxe dias excelentes, e nunca precisei colocar nenhuma letrinha depois do número. Aliás, tem uma coisa que eu sempre quis perguntar pra Aparecida Liberato (e que considero mais uma prova da charlatanice da pessoa): se se somam as letras e números da placa do carro, porque não se somam também as letras do nome da cidade e da sigla do estado? Elas estão tão escritas quanto a letrinha que o pobre coitado vai pôr ali do lado, a lápis. O mesmo também pra casa: se você vai escrever um A do lado do número, por que não somar as letras que muitas vezes aparecem na pichação que tem na fachada ou mesmo numa placa, no caso de um estabelecimento comercial? Vai entender a lógica da Liberato. Falando nisso, por onde andará a dita-cuja? Ultimamente ela está tão desaparecida...
18 de set. de 2009
AUTOBIOGRAPHIA LITERARIA
When I was a child
I played by myself in a
corner of the schoolyard
all alone.
I hated dolls and I
hated games, animals were
not friendly and birds
flew away.
If anyone was looking
for me I hid behind a
tree and cried out, "I am
an orphan."
And here I am, the
center of all beauty!
writing these poems!
Imagine!
(Frank O'Hara)
Peguei esse do blog da Letícia! Lá aparece traduzido. Mas são lindas as duas versões!
I played by myself in a
corner of the schoolyard
all alone.
I hated dolls and I
hated games, animals were
not friendly and birds
flew away.
If anyone was looking
for me I hid behind a
tree and cried out, "I am
an orphan."
And here I am, the
center of all beauty!
writing these poems!
Imagine!
(Frank O'Hara)
Peguei esse do blog da Letícia! Lá aparece traduzido. Mas são lindas as duas versões!
16 de set. de 2009
A DE AMOR, B DE BAIXINHO
Faltando poucos dias para meu desembarque na terra helênica, gostaria de deixar aqui no blog uma dúvida levantada pelo Lucas, na esperança de que alguém possa se manifestar sobre ela: por que é que foram necessárias quatro letras latinas para formar a palavra "abecedário" se o problema já tinha sido resolvido com apenas duas letras gregas, "alfabeto"?
Na esteira, eu acrescento: seria errado chamar o alfabeto grego de abecedário?
Pensemos!
Na esteira, eu acrescento: seria errado chamar o alfabeto grego de abecedário?
Pensemos!
14 de set. de 2009
BREGA E CHIQUE
"Analisando essa cadeia hereditária, quero me livrar dessa situação precária, onde o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre. E o motivo todo mundo já conhece: é que o de cima sobe e o de baixo desce."
(As meninas, Xibom bombom)
(As meninas, Xibom bombom)
Pois é, não existissem ricos, também não haveria pobres. E vice-versa. Disso todo mundo já sabe. Mas o que mais me intriga, especialmente levando em consideração que tem muito, mas muito menos ricos do que pobres, é que a riqueza chame menos atenção do que a pobreza. Ou alguém aí já viu um jeep tour pelo Shopping Cidade Jardim? Pensando nisso é que eu, Cohen e a venezuelana fomos desbravar novos territórios neste fim de semana. Tudo bem, eu já tinha ido lá em outras duas ocasiões, mas só agora consegui mergulhar de forma mais inteira no complexo do alto luxo paulistano.
Pulseiras de 25 mil reais, relógios de 85 mil reais, calças de viscose de 900 reais... Quanta abstração! Mas, o estilo neoclássico à parte, não dá pra negar que o lugar é mesmo muito agradável. O terraço, então, nem se fala! E a livraria? Quanto espaço! Dá pra passar o dia todo lá dentro sem se aborrecer. Lógico, desde que você se dedique aos livros e não fique de ouvido espichado na conversa alheia, cheia de cortesias, risadas sutis e frases do tipo "Estou completamente de acordo com você". Quem fala desse jeito? Nem nas novelas do Maneco...
E tudo bem também que, ao sair do shopping, você terá um "choque de realidade" ao deparar com um busão Terminal Capelinha passando na sua frente. Mas a experiência de encontrar uma filial da Baked Potato que vende batata com recheio de caviar não tem preço! Vale o passeio! Aliás, só o nome dessa filial já é digno de todo um estudo antropológico: Baked Potato Boutique. Nada mais fino! Nada mais sofisticado! Nada mais exclusivo! Se bem que muitas vezes fico me perguntando por que é que os publicitários insistem em achar tão maravilhoso assim destacar os produtos para as classes mais abastadas com nomes do tipo Boutique, VIP, Première, Grand Elite, Special, Personalité, Prime... Será que não passou pela cabeça de nenhum deles que, vendendo as coisas desse jeito, o chique fica parecendo cada dia mais brega?
E, se as coisas continuarem assim, quem sabe um dia o preço dos apartamentos ali não fique mais acessível? Sem falar que, como já aconteceu com muitos bairros da cidade ao longo da história, aquilo lá pode perfeitamente entrar em processo de decadência. Já pensaram em 2095? Cortiço Cidade Jardim?
11 de set. de 2009
9 de set. de 2009
DE VUELTA
Hoy caminé hacia el gimnasio, pero no fue por Cabildo. Hoy herví el agua, pero no fue para el mate. Hoy comí en un restaurante, pero las viejas de Caballito ya no estaban. Hoy vi palomas, pero no las tomé fotos. Hoy fui al supermercado, pero no había pesos en mi billetera. Hoy llovió.
2 de set. de 2009
PÁJARO LOCO
Passa das 3 da manhã (na verdade já são quase 3:30) e estou indo dormir. Mas há um passarinho ensandecido cantando alto pela região. Em que fuso vive esse bicho, meu deus?
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