17 de abr. de 2009

EU, CANTOR

Em tempos de Susan Boyle e retorno de Saturno, fico pensando: que profissão eu realmente gostaria de ter? E, se me permito pensar muito além das minhas capacidades, chego à conclusão de que eu queria ser cantor. Nem que fosse por quinze minutos só, porque deve ser realmente o máximo você ter um puta vozeirão e cantar pra uma multidão que fica urrando só de ouvir a sua música.

Não sei se vocês já pararam pra pensar sobre isso, mas eu acho que esse sonho de ser cantor é praticamente universal. Olhem-se as pessoas que já conseguiram dinheiro, fama e estabilidade financeira: do que que elas vão brincar depois de já conquistar tudo na vida? De virar cantor.

Podemos citar aí o Silvio Santos, com suas marchinhas de Carnaval e músicas para contos infantis. O próprio Pelé também já se arriscou nessa seara. Mas o exemplo mais recente e ilustrativo (e vergonhoso) é o do Roberto Justus — se bem que o teleférico dele, de modo geral, é um estudo de caso à parte. Fico pensando que uma pessoa como o Roberto Justus realmente não tem amigos. Afinal, ninguém teve a manha de chegar nele e dizer que seria ridículo ele ter pretensões de virar cantor. Agora, bajuladores pra dizer que ele canta bem, que realmente deveria gravar um disco, que é tudo de bom, ah, isso com certeza não faltou. Tanto é que ele foi até apresentar uma música na Hebe!

Mas eu, (talvez in)felizmente, tenho senso do ridículo e não vou me arriscar a virar cantor. Não agora. Já foi a época do coral no colégio. Já foi a fase do karaokê. Talvez um dia, se eu tiver muito dinheiro e ligar o foda-se bem ligado, me atreva a brincar de ser cantor. Mas aí eu estudaria, me aprimoraria, pra ir cantar juntinho de você, Leão. Por enquanto, meu Hitler me proíbe. Sem falar que tenho certeza que meus amigos me diriam "Menos, Denis". E, entre a sabedoria dos meus amigos e o sonho de ter uma plateia pagando pau pra mim, eu fico com os amigos!