E eis que termina o Carnaval no país do Carnaval (a mulata samba na TV) e não nos resta outra que ser acometidos por aquela sensação-clichê de que agora realmente começa o ano. É quase como assistir à primeira matéria no jornal falando sobre a chegada do inverno, quando o repórter diz que o paulistano enfim pôde tirar a blusa do guarda-roupa. Mas desta vez quem sai do armário (pós-passagem pela Charme de Amoedo) é a gente mesmo. E haja força pra embarcar no teleférico do bem e esperar que dê tudo certo.
Aliás, foi no Carnaval do ano passado, também no Rio, que surgiu o teleférico do teleférico — que hoje inclusive dá nome ao blog que você está lendo. Isso foi numa noite lisérgica na Fosfobox (mais box do que fosfo), quando o Lucas descreveu a sensação de você sentar na cadeirinha, subir e olhar lá pra baixo as coisas ficando pra trás (ou olhar pra trás e ver as coisas ficando pra baixo). Daí para a abstração não precisou de muito esforço. Bastou perceber que a gente embarca em cada coisa que o embarque no teleférico do teleférico já estava feito. With no way back. É esperar chegar na estação, ou descer esquiando (com todos os riscos que isso acarreta).
Mas o Carnaval deste ano, pra não fugir do tema, pra mim foi especial. Foram novos momentos, novas histórias, novas conclusões... Oxalá essas coisas boas perdurem ao longo de 2009. Feliz ano novo pra todos!
26 de fev. de 2009
ÍCONE DA PICARETAGEM
Sou só eu ou mais alguém acha esse bonequinho do ícone do Hotmail para alerta de fraude a cara do Ronaldo Ésper?
16 de fev. de 2009
VOCÊ GOSTA DE SE QUEIMAR À VONTADE?
Uma das minhas teorias favoritas é a de que a Xuxa é o Michael Jackson brasileiro. Acho que nem preciso explicar muito o que quero dizer com isso. Os dois são megafamosos, os dois tiveram um momento da carreira em que erraram a mão, os dois moram numa mansão isolada do resto do mundo mas que é um mundo próprio, os dois já passaram dos 40, os dois têm um apelo infantil escuso, os dois procriaram de maneira não bem explicada, os dois mais parecem bonecos do que gente de verdade... E eu tenho medo dos dois.
Enfim, essa breve introdução sobre a rainha dos baixinhos é só pra apresentar um vídeo excepcional ao qual eu fui apresentado neste fim de semana. Se preparem para ver uma entrevista surreal que Roberta Close (começa aí o surrealismo) fez com a nossa X.Men — sim, porque se Jennifer Lopez é J.Lo, por que Xuxa Meneguel não pode ser chamada de X.Men?
Estão prontos?
Enfim, essa breve introdução sobre a rainha dos baixinhos é só pra apresentar um vídeo excepcional ao qual eu fui apresentado neste fim de semana. Se preparem para ver uma entrevista surreal que Roberta Close (começa aí o surrealismo) fez com a nossa X.Men — sim, porque se Jennifer Lopez é J.Lo, por que Xuxa Meneguel não pode ser chamada de X.Men?
Estão prontos?
13 de fev. de 2009
FRAU MARIANE
Essa história de mexer na língua (ui!) me fez lembrar de uma professora de alemão que tive uns mil anos atrás. Quando percebia que os alunos não conseguiam entender NADA das declinações de dativo e acusativo e falavam as frases com os artigos todos errados (culpa dela ou do método de ensino do colégio? Bom, talvez da nossa pouca idade também...), a Frau Mariane dizia, como forma de incentivo, baseando-se, claro, numa pedagogia que nem Gott explica: "Gente, comunicou? Comunicou! O importante é que os outros entendam DO QUE você está falando". Adoro!
Comuniquei?
Comuniquei?
A NEO-ORTOGRAFIA
Colegas revisores trocam e-mails entre si sobre a reforma ortográfica, falando sobre as incongruências do acordo, com dicas de como saber as novas regras do hífen e testes para ver se seus conhecimentos estão ok. Ontem eu recebi esta tirinha — e algumas outras —, e não pude evitar colocá-la aqui no blog. É total o que eu penso sobre o assunto.
12 de fev. de 2009
INFORMALIDADE
Será que o mundo não seria bem melhor se fosse dominado pelo comércio informal? Tudo bem, eu também tenho um bode imenso de cambista, como quase 100% da população, mas não é que às vezes eles têm sua utilidade? E vendedor de rua então? Quer coisa mais maravilhosa?
Essa semana dois amigos meus compraram DVDs piratas. Cada cópia, cinco real. Nos dois casos, filmes que ainda não tinham chegado no cinema. Não precisa ser nenhum Oswald de Sousa pra saber que eles fizeram um excelente negócio. Um cinema sairia, se você não pudesse pagar meia, no mínimo 18 reais aqui em São Paulo. Não vou nem mencionar refrigerante+pipoca+estacionamento, porque isso todo mundo sabe que faz o preço do cinema dobrar (até triplicar). Ops, mencionei. Mas a questão é que eles não tiveram que esperar pra ver o filme, e não precisaram se mobilizar da casa deles até um cinema. Sensacional! O comércio de rua é, além de tudo, um poupa-stress. E não me venham falar depois que isso é um desrespeito ao trabalho de muita gente da indústria cinematográfica, porque duvido que o pobre coitado do ajudante de limpeza usufrua da renda da bilheteria. Agora a Sarah Jessica Parker... porra, será que ela precisa mesmo ganhar 20 milhões de dólares pra fazer um filme? Isso sim me parece desrespeito!
Ontem à noite, no show do Manu Chao, não fosse um cambista, um amigo meu teria que ter enfrentado uma fila bizarra pra conseguir ingresso. Culpa de quê? Falta de organização, que contrata só duas pessoas pra ficar na bilheteria. Tudo pra não ter que pagar salário pra mais gente. Abominável! Igual fila em caixa de supermercado quando tem no mínimo uns 20 caixas vazios. Ódio, ódio!
Mas, voltando à fila do show, como conseguir cerveja sem ter que sair do lugar?, como comprar aquele isqueiro que você esqueceu em casa? A vida fica muito mais fácil com os vendedores de rua. Eles parecem estar preparados pra todas as situações. Até começar a chover e o povo começar a ficar puto com a demora pra entrar. Mas juro que não deu tempo nem de sentir o terceiro pingo d'água na cabeça e já ouvi de longe o primeiro "Capa para chuva, quem vai querer?".
Aposto dois dedos que no Cidade Jardim, mesmo você desembolsando 60 reais pelo cinema, o serviço não é tão eficiente assim. Ah, não é mesmo. Um viva, então, pra informalidade!
Essa semana dois amigos meus compraram DVDs piratas. Cada cópia, cinco real. Nos dois casos, filmes que ainda não tinham chegado no cinema. Não precisa ser nenhum Oswald de Sousa pra saber que eles fizeram um excelente negócio. Um cinema sairia, se você não pudesse pagar meia, no mínimo 18 reais aqui em São Paulo. Não vou nem mencionar refrigerante+pipoca+estacionamento, porque isso todo mundo sabe que faz o preço do cinema dobrar (até triplicar). Ops, mencionei. Mas a questão é que eles não tiveram que esperar pra ver o filme, e não precisaram se mobilizar da casa deles até um cinema. Sensacional! O comércio de rua é, além de tudo, um poupa-stress. E não me venham falar depois que isso é um desrespeito ao trabalho de muita gente da indústria cinematográfica, porque duvido que o pobre coitado do ajudante de limpeza usufrua da renda da bilheteria. Agora a Sarah Jessica Parker... porra, será que ela precisa mesmo ganhar 20 milhões de dólares pra fazer um filme? Isso sim me parece desrespeito!
Ontem à noite, no show do Manu Chao, não fosse um cambista, um amigo meu teria que ter enfrentado uma fila bizarra pra conseguir ingresso. Culpa de quê? Falta de organização, que contrata só duas pessoas pra ficar na bilheteria. Tudo pra não ter que pagar salário pra mais gente. Abominável! Igual fila em caixa de supermercado quando tem no mínimo uns 20 caixas vazios. Ódio, ódio!
Mas, voltando à fila do show, como conseguir cerveja sem ter que sair do lugar?, como comprar aquele isqueiro que você esqueceu em casa? A vida fica muito mais fácil com os vendedores de rua. Eles parecem estar preparados pra todas as situações. Até começar a chover e o povo começar a ficar puto com a demora pra entrar. Mas juro que não deu tempo nem de sentir o terceiro pingo d'água na cabeça e já ouvi de longe o primeiro "Capa para chuva, quem vai querer?".
Aposto dois dedos que no Cidade Jardim, mesmo você desembolsando 60 reais pelo cinema, o serviço não é tão eficiente assim. Ah, não é mesmo. Um viva, então, pra informalidade!
11 de fev. de 2009
QUANDO FALTAR AUTOESTIMA...
...assistam a este vídeo e repitam: "Eu sou demais".
(Mais um da série Adoro gente que se adora — e acredita)
(Mais um da série Adoro gente que se adora — e acredita)
10 de fev. de 2009
NOMENCLATURA PREDIAL: PRÁTICAS E CONCEITOS
A arte de nomear edifícios e condomínios sempre foi uma coisa que me intrigou. Acho até que daria pra fazer um estudo detalhado sobre isso. Não sei se vocês já repararam, mas parece que há escolas de nomenclaruta predial, praticamente ismos europeus aplicados à construção civil.
Vamos à prática. O prédio onde eu moro se chama Edifício Caren. Dar nome de mulher aos edifícios é um movimento basicamente setentista, que se estendeu até meados dos anos 80. Chovem exemplares, eu mesmo já morei em vários: Edifício Gabriela, Edifício Áurea, Edifício Maria Eduarda, Edifício Joelma, Edifício Janete, Edifício Daniella, e por aí vai. O mais provável é que a origem desses nomes seja da própria família do construtor: nome da mãe, da filha, da avó paterna. É um verdadeiro desfile de damas pelos bairros da cidade, bonito de ver. Eu particularmente gosto de prédios com nome de mulher. Sem falar que é engraçado pensar que o movimento feminista aqui teve mais ouvidos: é muito mais fácil encontrar um prédio homenageando uma mulher do que um homem. Ou alguém já viu um Edifício Zé, um Edifício Carlão?
Tem também os edifícios que ressaltam a brasilidade, com nomes que vêm do tupi ou de qualquer língua indígena local. Embora seja cool hoje em dia valorizar as cores nacionais, esses edifícios são em geral mais antigos, das décadas de 50 e 60: Edifício Copaíba, Edifício Manacá etc.
Os anos 80 e 90 foram marcados por um resgate da cultura francesa. São dessa época os edifícios com nomes mais pretensiosos: Maison Van Gogh, Place Vendôme, e um sem-número de Chateaux de qualquer coisa. C'est très ridicule. Fico imaginando a classe média alta de quinze anos atrás se engalfinhando pra morar num desses. Os resignados que se contentassem com algum de nome inglês.
Mal sabiam eles, porém, que os anos 2000 chegariam e essa pagação de pau pros países do Canal da Mancha ficaria demodée, out of fashion. Pro público muderno, as construtoras passaram a apostar nos nomes em italiano, de tonalidade leve, solta, ma che bello. Só andar pela cidade pra ver que os prédios mais novos têm todos nomes do tipo Inspiratto, Duo, Villagio... Vêm até com um ventinho do Mediterrâneo na planta, além da brinquedoteca, do espaço gourmet, do home cinema, é claro.
Mas como exclusividade é a palavra de ordem dos nossos tempos, as construtoras tiveram que criar um novo nicho dentro dos mudernos, pra quem é mais in ainda. Nesses casos, nada como exaltar o estilo de vida próprio morando num prédio que se chama Urban, ou num outro que se chama Hype, ou ainda num que se chama Glam.
Só que os melhores nomes são aqueles que você olha e começa a dar risada sozinho — e aí valem as referências de cada um pra achar graça naquilo que não se pode explicar. O que dizer de um prédio chamado Eloy Chaves? Ou de um King Alexander? Ele poderia até se casar com o Queen Elizabeth. Tem também o Edifício Bamby, o Edifício Cinderela... Criatividade rules. Mas nunca vou achar nome melhor do que o de um prédio em que morei uns anos atrás. Não só pela bizarrice, mas porque o nome alinhava perfeitamente o que significava sua localização, seus condôminos e sua presença de cena. Era o Edifício Apolo Studium. Esse sim, um nome imbatível.
Vamos à prática. O prédio onde eu moro se chama Edifício Caren. Dar nome de mulher aos edifícios é um movimento basicamente setentista, que se estendeu até meados dos anos 80. Chovem exemplares, eu mesmo já morei em vários: Edifício Gabriela, Edifício Áurea, Edifício Maria Eduarda, Edifício Joelma, Edifício Janete, Edifício Daniella, e por aí vai. O mais provável é que a origem desses nomes seja da própria família do construtor: nome da mãe, da filha, da avó paterna. É um verdadeiro desfile de damas pelos bairros da cidade, bonito de ver. Eu particularmente gosto de prédios com nome de mulher. Sem falar que é engraçado pensar que o movimento feminista aqui teve mais ouvidos: é muito mais fácil encontrar um prédio homenageando uma mulher do que um homem. Ou alguém já viu um Edifício Zé, um Edifício Carlão?
Tem também os edifícios que ressaltam a brasilidade, com nomes que vêm do tupi ou de qualquer língua indígena local. Embora seja cool hoje em dia valorizar as cores nacionais, esses edifícios são em geral mais antigos, das décadas de 50 e 60: Edifício Copaíba, Edifício Manacá etc.
Os anos 80 e 90 foram marcados por um resgate da cultura francesa. São dessa época os edifícios com nomes mais pretensiosos: Maison Van Gogh, Place Vendôme, e um sem-número de Chateaux de qualquer coisa. C'est très ridicule. Fico imaginando a classe média alta de quinze anos atrás se engalfinhando pra morar num desses. Os resignados que se contentassem com algum de nome inglês.
Mal sabiam eles, porém, que os anos 2000 chegariam e essa pagação de pau pros países do Canal da Mancha ficaria demodée, out of fashion. Pro público muderno, as construtoras passaram a apostar nos nomes em italiano, de tonalidade leve, solta, ma che bello. Só andar pela cidade pra ver que os prédios mais novos têm todos nomes do tipo Inspiratto, Duo, Villagio... Vêm até com um ventinho do Mediterrâneo na planta, além da brinquedoteca, do espaço gourmet, do home cinema, é claro.
Mas como exclusividade é a palavra de ordem dos nossos tempos, as construtoras tiveram que criar um novo nicho dentro dos mudernos, pra quem é mais in ainda. Nesses casos, nada como exaltar o estilo de vida próprio morando num prédio que se chama Urban, ou num outro que se chama Hype, ou ainda num que se chama Glam.
Só que os melhores nomes são aqueles que você olha e começa a dar risada sozinho — e aí valem as referências de cada um pra achar graça naquilo que não se pode explicar. O que dizer de um prédio chamado Eloy Chaves? Ou de um King Alexander? Ele poderia até se casar com o Queen Elizabeth. Tem também o Edifício Bamby, o Edifício Cinderela... Criatividade rules. Mas nunca vou achar nome melhor do que o de um prédio em que morei uns anos atrás. Não só pela bizarrice, mas porque o nome alinhava perfeitamente o que significava sua localização, seus condôminos e sua presença de cena. Era o Edifício Apolo Studium. Esse sim, um nome imbatível.
9 de fev. de 2009
A CASA SEM ESPELHO
Pensamento que veio depois do último post e foi discutido no almoço Vila Olímpia Corporate de hoje: já repararam que 97,4% das pessoas que reclamam que numa certa balada só tem gente feia também engrossam as fileiras dessa porcentagem?
LUGARES PARA NÃO SER VISTO
Aquela sua tia-avó que você vê poucas vezes decide que quer comprar um novo edredon pra cama dela. Você, bom sobrinho-neto que é, decide acompanhá-la até a loja. Mas ela insiste que o melhor lugar é aquela loja que você acha tão brega. E pra você não resta outra que ir até a loja. Chegando lá, ela olha, olha, pergunta o preço, pergunta sua opinião (você diz que achou todos lindos) e ela acaba ficando com o modelo amarelo florido, o mais cheguei de todos. A vendedora faz o pacote e você se oferece pra levar a sacola — afinal, com a idade dela, melhor não carregar peso. A tia-avó vai agradecer o vendedor e você, que não aguenta mais ficar ali, dá o primeiro passo pra fora da loja, sacola na mão, e encontra aquela menina do colégio pra quem você tanto pagava pau. Constrangimento mor.
A questão não é a menina que você pagava pau, não é a sua tia-avó com gosto duvidoso nem o fato de você estar carregando uma sacola com metade do seu tamanho. Problema mesmo é a loja brega. Porque simplesmente há lugares em que você não merece ser visto. Aquela padaria xexelenta, aquele restaurante de quilo que vende sobra de ontem, aquele shopping que só tem viado, aquela balada que cobra cincão de entrada... Pior ainda quando você é obrigado a ficar por horas num desses lugares. Afinal, você já está lá meio contra a sua vontade, o lugar não é 100% do seu agrado, e aí bate o pânico de encontrar alguém conhecido. Esse lugar é tão brega, meu Deus, estar aqui só depõe contra mim. Caramba, como só tem gente feia aqui! Se alguém me vir, o que é que eu vou dizer que vim fazer aqui? Ah, relaxa, relaxa. Tudo bem. Se alguém me vir, é porque esse alguém também está aqui. Mas EU poderia NÃO ESTAR. Ou poderia ter vindo numa hora em que ninguém estivesse. Ou poderia ser invisível mesmo.
Olha, se você vai a um desses lugares em que você não gosta de ser visto, contente-se: alguém sempre vai te ver. Afinal, isso é parte da lógica do negócio — se você não corresse o risco de ser visto, não teria do que ter medo. Então, o que fazer numa situação dessas? Sinceramente, não vejo muita solução. Enquanto não inventarem um disque-águia, o melhor a fazer mesmo é abrir a sacola da tia velha, enrolar o edredon amarelo florido no corpo, pôr um sorriso no rosto e sair dali com samba no pé. Quem sabe pelo menos você não leva pra casa o prêmio Melhor Fantasia: Originalidade...
A questão não é a menina que você pagava pau, não é a sua tia-avó com gosto duvidoso nem o fato de você estar carregando uma sacola com metade do seu tamanho. Problema mesmo é a loja brega. Porque simplesmente há lugares em que você não merece ser visto. Aquela padaria xexelenta, aquele restaurante de quilo que vende sobra de ontem, aquele shopping que só tem viado, aquela balada que cobra cincão de entrada... Pior ainda quando você é obrigado a ficar por horas num desses lugares. Afinal, você já está lá meio contra a sua vontade, o lugar não é 100% do seu agrado, e aí bate o pânico de encontrar alguém conhecido. Esse lugar é tão brega, meu Deus, estar aqui só depõe contra mim. Caramba, como só tem gente feia aqui! Se alguém me vir, o que é que eu vou dizer que vim fazer aqui? Ah, relaxa, relaxa. Tudo bem. Se alguém me vir, é porque esse alguém também está aqui. Mas EU poderia NÃO ESTAR. Ou poderia ter vindo numa hora em que ninguém estivesse. Ou poderia ser invisível mesmo.
Olha, se você vai a um desses lugares em que você não gosta de ser visto, contente-se: alguém sempre vai te ver. Afinal, isso é parte da lógica do negócio — se você não corresse o risco de ser visto, não teria do que ter medo. Então, o que fazer numa situação dessas? Sinceramente, não vejo muita solução. Enquanto não inventarem um disque-águia, o melhor a fazer mesmo é abrir a sacola da tia velha, enrolar o edredon amarelo florido no corpo, pôr um sorriso no rosto e sair dali com samba no pé. Quem sabe pelo menos você não leva pra casa o prêmio Melhor Fantasia: Originalidade...
NO CAMINHO DA ÍNDIA
Destaque do UOL de hoje: "Maquiagem indiana vira moda com novela; veja como fazer em casa". Fico pensando até que ponto tudo isso é o poder da novela mesmo. Será que em mais dois meses vamos ver metade da população feminina brasileira andando pelas ruas com terceiro olho pintado? Que tal hordas de pessoas tomando banho no Tietê mesmo, por falta do Ganges? Vão bombar as aulas de ioga? Isso sem falar nas outras bizarrices que só a Índia sabe produzir — o hindu que atravessou o país rolando, o menino de 4 anos que corre maratonas, o homem que se casou com uma cadela — e mais parecem história de Glória Peres.
Da próxima vez, ela faz novela do Afeganistão e o povo todo vai de burca pra balada. Não é brinquedo não.
Da próxima vez, ela faz novela do Afeganistão e o povo todo vai de burca pra balada. Não é brinquedo não.
5 de fev. de 2009
CONCURSO ÂNGELA BISMARCHI
Tão logo postei o vídeo da Ângela (reparem a intimidade) percebi que tá rolando um concurso pra imitá-la cantando sertanojo no YouTube. Meu voto é da Mariana desde já! Leão, é pra você, tá bom?
EU TENHO FÃS
Pablito perguntou e eu aceito sugestões: o que fazer para conquistar o mercado afro-asiático se nem amigos negros eu tenho e se os japoneses são basicamente os que eu conheci na USP e nem tenho mais tanto contato? Ângela Bismarchi encarou uma plástica pra ficar com os olhos puxados no Carnaval do ano passado. Será que ela faria um ciclo de melanina também? Fácil fácil eu chamaria ela pra ser a representante oficial do blog no além-Índico.
Vai aí a pílula de alegria do dia, que merece ser vista e revista sempre que possível.
Vai aí a pílula de alegria do dia, que merece ser vista e revista sempre que possível.
4 de fev. de 2009
ALPHAVILLE NÃO É O LEBLON
Lordivan tem um sotaque acentuado*, é do interior, tem um Palio prata, aparenta uns 30 e poucos anos e talvez seja representante comercial, ou algo do tipo. Ângela está acima do peso, e isso faz com que ela sofra mais que os outros por causa do calor. Mora em algum condomínio chique na periferia de São Paulo, dirige uma caminhonete grande com quebra-mato e tem um celular cor-de-rosa. Pro Denis ainda faltam três anos pros 30, ele tem um Punto que comprou há pouquíssimo tempo, mas que já teve que voltar pra concessionária algumas vezes para trocar o pára-choque que veio torto da fábrica.
Os três nunca tinham se visto na vida (ou pelo menos parece que não) até ontem, dia em que o Denis foi almoçar em Alphaville com amigos de um ex-trabalho, Lordivan passava por São Paulo e Ângela saía de casa. Mas havia um certo trânsito no trevo de Alphaville, e o Denis parou o carro, o Lordivan parou o carro, e a Ângela não viu que todos haviam parado.
É engraçado como um acidente de carro coloca pessoas tão nada a ver uma com a outra frente a frente. Não é à toa então que vários autores de novela usam isso como argumento para fazer os personagens se entrelaçarem na trama. Mas, na vida real, isso nunca aconteceu. Não comigo.
Tenho tido a sorte (grande, enorme) de conhecer pessoas muito legais, que eu jamais sonharia conhecer, na academia, na internet, através de outros amigos... Mas batida de carro — e já foram algumas — nunca rendeu nada. Nem amizade nenhuma, nem namoro, nem novo emprego, nem desconto em farmácia. Nada. Só dor de cabeça mesmo.
Difícil então imaginar que, de um fato banal como esse, surja toda uma nova temporada na vida. Mas vai saber. De repente a vida é só uma sucessão de fatos banais mesmo, dos quais a gente depreende os sentidos mais inimagináveis, e sobre os quais a gente mais acha que tem poder do que de fato tem. Enfim, uma coisa meio Cate Blanchet sendo atropelada em Benjamin Button...
Mas, devaneios à parte, eu não espero ter vida entrelaçada nem com alguém chamado Lordivan nem com a Ângela. Espero só que ela pague o conserto do meu pára-choque recém-consertado e, principalmente, que eu não tenha que ficar indo atrás disso, que me dá preguiça só de pensar. Será que dá pra confiar na sorte?
*Seria "sotaque acentuado" um pleonasmo? Estava pensando nisso...
Os três nunca tinham se visto na vida (ou pelo menos parece que não) até ontem, dia em que o Denis foi almoçar em Alphaville com amigos de um ex-trabalho, Lordivan passava por São Paulo e Ângela saía de casa. Mas havia um certo trânsito no trevo de Alphaville, e o Denis parou o carro, o Lordivan parou o carro, e a Ângela não viu que todos haviam parado.
É engraçado como um acidente de carro coloca pessoas tão nada a ver uma com a outra frente a frente. Não é à toa então que vários autores de novela usam isso como argumento para fazer os personagens se entrelaçarem na trama. Mas, na vida real, isso nunca aconteceu. Não comigo.
Tenho tido a sorte (grande, enorme) de conhecer pessoas muito legais, que eu jamais sonharia conhecer, na academia, na internet, através de outros amigos... Mas batida de carro — e já foram algumas — nunca rendeu nada. Nem amizade nenhuma, nem namoro, nem novo emprego, nem desconto em farmácia. Nada. Só dor de cabeça mesmo.
Difícil então imaginar que, de um fato banal como esse, surja toda uma nova temporada na vida. Mas vai saber. De repente a vida é só uma sucessão de fatos banais mesmo, dos quais a gente depreende os sentidos mais inimagináveis, e sobre os quais a gente mais acha que tem poder do que de fato tem. Enfim, uma coisa meio Cate Blanchet sendo atropelada em Benjamin Button...
Mas, devaneios à parte, eu não espero ter vida entrelaçada nem com alguém chamado Lordivan nem com a Ângela. Espero só que ela pague o conserto do meu pára-choque recém-consertado e, principalmente, que eu não tenha que ficar indo atrás disso, que me dá preguiça só de pensar. Será que dá pra confiar na sorte?
*Seria "sotaque acentuado" um pleonasmo? Estava pensando nisso...
1 de fev. de 2009
ISTO É A MANCHESTER CATARINENSE
Festival de cucas
É dia de cucas especiais no Café Colonial do Holz Hotel, em Joinville. São 12 variações sobre a receita original, da cuca de banana a versões do bolo com morango, abacaxi e uva, todas cobertas com farofa doce. Também haverá cuca só com farofa e a cuca “gêmea” (com camadas alternadas de creme e farofa) e versões mais sofisticadas. O buffet custa R$ 18 por pessoa e fica aberto das 16 horas até o último cliente. Fica na rua 15 de Novembro, 4.195, ao lado da Expoville, em Joinville. O telefone é (47) 3453-0735. O festival termina no dia 1º.
(A Notícia, 28/01/2009)
É dia de cucas especiais no Café Colonial do Holz Hotel, em Joinville. São 12 variações sobre a receita original, da cuca de banana a versões do bolo com morango, abacaxi e uva, todas cobertas com farofa doce. Também haverá cuca só com farofa e a cuca “gêmea” (com camadas alternadas de creme e farofa) e versões mais sofisticadas. O buffet custa R$ 18 por pessoa e fica aberto das 16 horas até o último cliente. Fica na rua 15 de Novembro, 4.195, ao lado da Expoville, em Joinville. O telefone é (47) 3453-0735. O festival termina no dia 1º.
(A Notícia, 28/01/2009)
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