12 de fev. de 2009

INFORMALIDADE

Será que o mundo não seria bem melhor se fosse dominado pelo comércio informal? Tudo bem, eu também tenho um bode imenso de cambista, como quase 100% da população, mas não é que às vezes eles têm sua utilidade? E vendedor de rua então? Quer coisa mais maravilhosa?

Essa semana dois amigos meus compraram DVDs piratas. Cada cópia, cinco real. Nos dois casos, filmes que ainda não tinham chegado no cinema. Não precisa ser nenhum Oswald de Sousa pra saber que eles fizeram um excelente negócio. Um cinema sairia, se você não pudesse pagar meia, no mínimo 18 reais aqui em São Paulo. Não vou nem mencionar refrigerante+pipoca+estacionamento, porque isso todo mundo sabe que faz o preço do cinema dobrar (até triplicar). Ops, mencionei. Mas a questão é que eles não tiveram que esperar pra ver o filme, e não precisaram se mobilizar da casa deles até um cinema. Sensacional! O comércio de rua é, além de tudo, um poupa-stress. E não me venham falar depois que isso é um desrespeito ao trabalho de muita gente da indústria cinematográfica, porque duvido que o pobre coitado do ajudante de limpeza usufrua da renda da bilheteria. Agora a Sarah Jessica Parker... porra, será que ela precisa mesmo ganhar 20 milhões de dólares pra fazer um filme? Isso sim me parece desrespeito!

Ontem à noite, no show do Manu Chao, não fosse um cambista, um amigo meu teria que ter enfrentado uma fila bizarra pra conseguir ingresso. Culpa de quê? Falta de organização, que contrata só duas pessoas pra ficar na bilheteria. Tudo pra não ter que pagar salário pra mais gente. Abominável! Igual fila em caixa de supermercado quando tem no mínimo uns 20 caixas vazios. Ódio, ódio!

Mas, voltando à fila do show, como conseguir cerveja sem ter que sair do lugar?, como comprar aquele isqueiro que você esqueceu em casa? A vida fica muito mais fácil com os vendedores de rua. Eles parecem estar preparados pra todas as situações. Até começar a chover e o povo começar a ficar puto com a demora pra entrar. Mas juro que não deu tempo nem de sentir o terceiro pingo d'água na cabeça e já ouvi de longe o primeiro "Capa para chuva, quem vai querer?".

Aposto dois dedos que no Cidade Jardim, mesmo você desembolsando 60 reais pelo cinema, o serviço não é tão eficiente assim. Ah, não é mesmo. Um viva, então, pra informalidade!

4 comentários:

Unknown disse...

esse choque de ordem aqui no rio tá deixando a vida de todo mundo muito difíci. a dos ambulantes, por razões óbvias... e a das pessoas que usufruem. outro dia cheguei numa praia lá da putaquepariu (a penúltima do rio) e, olha que maravilha, não tinha guarda-sol pra alugar pq eduardo paes resolveu que não podia mais. e a população do rio ainda bate palmas...

Anônimo disse...

eu só sinto falta da escola por causa da carteirinha e da meia entrada. de onde eu vou tirar 20 reais pra ir ao cinema se eu posso baixar o filme aqui em casa mesmo? neeeem.

Anônimo disse...

ui, sou cinéfilo e fã de quem facilita minha vida nesse país que sofre de "buracracias agudas"...segue um destaque para a conivência de alguns policiais para com a situação dos "necessários" ambulantes: ontem mesmo no centro, vi o povo agitado tentando esconder os dvds enquanto a polícia passava sem nem olhar pra eles...será que existe a aplicação de "meia lei" (vale se o ambulante tiver carteirinha de estudante?)?..pq não liberam de uma vez ao invés de dar um ataque cardíaco por dia nesse povo?..

Denis disse...

Hahaha... o que terá motivado Eduardo Paes a proibir o uso de guarda-sol nas praias "desertas" do Rio? Algum senso estético kassabiano que acha guarda-sóis ridículos? Pior é que essas decisões quase sempre vêm de uma razão esdrúxula, do tipo algum alugador de guarda-sol deve ter comido a mulher de alguém que tinha contato com o Paes e aí esse alguém foi lá e pediu pra proibir o trabalho do fulano. Vai entender...

***
Falsifica! Se bem que baixar filme em casa tem custo zero. Aliás, preciso começar a fazer isso também. Mas com minha internet pré-histórica... :-s

***
Um ataque cardíaco por dia no povo achei ótimo! Polícia é conivente, não é conivente, vendedor ambulante pode, não pode... É tudo uma zona isso aqui mesmo! Só sei que a galera que vende DVD aqui na Vila Olímpia no horário do almoço deve fazer um bom dinheiro. Se duvidar, mais que muito engravatado dentro da lei. Que bom!