21 de dez. de 2009
ODEEEIO...
16 de dez. de 2009
15 de dez. de 2009
OLHA O MERCHANDISING AÍ, GENTE...
“O Cacau é Show”!
Sou Rosas, Rosas de Ouro
Meu sabor te consquistou!
(Ctrl+C ctrl+V do site da Rosas de Ouro)
E pode?
12 de dez. de 2009
9 de dez. de 2009
ATUALIZAÇÃO URBANÍSTICA
3 de dez. de 2009
A HORA DA ESTRELA
Leila Lopes foi uma espécie de Macabéa destes tempos de vale-tudo-para-estar-na-mídia. Pena que ela mesma não suportou!
1 de dez. de 2009
MODO DE PREPARO
30 de nov. de 2009
E MAIÚSCULO INVERTIDO CORTADO
Mas acho que finalmente consegui nomear esse espaço em branco que me rodeia. Chama-se "consciência de que aquilo que eu tanto busco simplesmente não existe". Resta aprender a viver com isso, taurino idiota! Ou procurar entre os números irreais. O problema é que eu não lembro mais como os matemáticos chegaram no conceito da raiz quadrada de -1. E não sei se quero ter aulas com a Sônia de novo...
26 de nov. de 2009
O SHOPPING CAÇA-NÍQUEL AGRADECE SUA PRESENÇA, (TROUXA)
O pior de tudo é que o serviço de estacionamento é lamentável em todas as partes da cidade. Cobram essa fortuna e ninguém se responsabiliza por porra nenhuma. Nem por arranhões, nem por eventuais furtos, nada! Isso quando o valet não deixa seu carro estacionado num lugar proibido e, além de pagar os reais do serviço, você ainda ganha de brinde uma multa.
Por isso que eu odeio pagar estacionamento. Vai muito além da minha pão-durice. Tudo bem que o desconforto é inevitável. Muitas vezes paro a uns dez minutos a pé do lugar aonde pretendo chegar. E claro que isso também já me rendeu alguns estepes e rádios roubados, vidros quebrados, até mesmo os limpadores de parabrisa já me levaram. Mas não pretendo abandonar esse hábito enquanto essa palhaçada continuar vigorando na cidade. (Sendo realista, acho que vou acabar vendendo o carro antes mesmo de essa mudança chegar a acontecer.)
Esperemos então que alguém tenha a brilhante ideia de proibir o abuso de preços de estacionamento em geral, em vez da cobrança específica em shopping centers. Ou será que antes disso vão aprovar a mudança de nome do Ibirapuera para Parque Michael Jackson, como quer Agnaldo Timóteo?
24 de nov. de 2009
LONDON, PARIS, MUNICH, ROME...
Mas também me surpreendo com nomes de programas de televisão, de objetos (ainda mais quando consigo encontrar similitudes ou oposições entre os idiomas), de pessoas (ninguém se esquece de uma Marilândia, professora de português)... Sem falar que conheço um cara que trabalha numa famosa loja de decoração e é responsável por inventar aqueles nomes bizarros de cores, como rústico dijon, old marrom, deserto e camelo, estas duas últimas com-ple-ta-men-te diferentes entre si.
Antes de viajar pra Itália, ainda na época do planejamento do itinerário, me surpreendi com a quantidade de nomes tirados sem dó nem piedade das cidades da Bota para batizar qualquer coisa. E olha que não estou falando exclusivamente de pizzarias e restaurantes de comida italiana. Além de Spoleto e Livorno, tem Arezzo, Siena, Monza... Sem falar na infinidade de nomes como Modena, Torino e Verona para roupeiros e cômodas vendidos nas lojas do populacho. Aliás, nesse mesmo segmento, não são só as cidades italianas que reinam, mas todo e qualquer lugar europeu. Quem nunca viu por aí uma propaganda de saldão do sofá Málaga? Ou seria uma linha de cozinha? Se bem que tem também a caríssima poltrona Barcelona, vendida nas lojas mais sofisticadas. Outro dia vi ainda o guarda-roupa Ibiza, das Casas Bahia. Até pensei que seria este um excelente presente pro Lucas! Certamente sairia bem mais em conta que uma semana na ilha espanhola... Mas aí, acho que o móvel teria de vir com uma pequena adaptação, pois o Lucas merece!
Eis a minha versão de presente para ele:
12 de nov. de 2009
NATALE IN ANTICIPO
Mas aí a infância acabou, o século mudou e o Natal passou a ser uma coisa qualquer. Chegava dezembro e já se começavam a cortar e dobrar papeizinhos na firrrma pra fazer amigo secreto, já se viam as luzezinhas penduradas nas ruas, os velhos de barba branca e roupa vermelha nos shoppings... Mais do mesmo! E essa repetição, misturada com aquela histeria coletiva na busca de um fim de ano arrebatador, passou a dar no saco.
E eis que neste ano parece que a coisa degringolou de vez. Não sei se consequência da vida ansiona na metrópole ou não, mas tudo aquilo que era restrito ao mês de dezembro já está agora nas ruas desde o começo de novembro. Bizarro! Bastou passar o que se considera halloween pra já aparecerem nas sacadas os primeiros papais noéis pendurados. Desse jeito, daqui a uns anos o Natal vai começar a ser comemorado junto com o Carnaval. Quem sabe até a árvore já não vem montada no carro abre-alas. Se bem que, se isso tudo garantir um estoque interminável de panetone nas lojas, eu até agradeço!
9 de nov. de 2009
CARTA AO ZÉZIM
Zézim,
cheguei hoje de tardezinha da praia, fiquei lá uns cinco dias, completamente só (ótimo!), e encontrei tua carta. Esses dias que tô aqui, dez, e já parece um mês, não paro de pensar em você. Tou preocupado, Zézim, e quero te falar disso. Fica quieto e ouve, ou lê, você deve estar cheio de vibrações adeliopradianas e, portanto, todo atento aos pequenos mistérios. É carta longa, vai te preparando, porque eu já me preparei por aqui com uma xícara de chá Mu, almofada sob a bunda e um maço de Galaxy, a decisão pseudo-inteligente.
Seguinte, das poucas linhas da tua carta, 12 frases terminam com ponto de interrogação. São, portanto, perguntas. Respondo a algumas. A solução, concordo, não está na temperança. Nunca esteve nem vai estar. Sempre achei que os dois tipos mais fascinantes de pessoas são as putas e os santos, e ambos são inteiramente destemperados, certo? Não há que abster-se: há que comer desse banquete. Zézim, ninguém te ensinará os caminhos. Ninguém me ensinará os caminhos. Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito. Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos. Na verdade, não há caminhos. E lembrei duns versos dum poeta peruano (será Vallejo? não estou certo): "Caminante, no hay camino. Pero el camino se hace ai anda".
Mais: já pensei, sim, se Deus pifar. E pifará, pifará porque você diz ”Deus é minha última esperança". Zézim, eu te quero tanto, não me ache insuportavelmente pretensioso dizendo essas coisas, mas ocê parece cabeça-dura demais. Zézim, não há última esperança, a não ser a morte. Quem procura não acha. É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado. Tudo é maya / ilusão. Ou samsara / círculo vicioso.
Certo, eu li demais zen-budismo, eu fiz ioga demais, eu tenho essa coisa de ficar mexendo com a magia, eu li demais Krishnamurti, sabia? E também Allan Watts, e D. T. Suzuki, e isso freqüentem ente parece um pouco ridículo às pessoas. Mas, dessas coisas, acho que tirei pra meu gasto pessoal pelo menos uma certa tranqüilidade.
Você me pergunta: que que eu faço? Não faça, eu digo. Não faça nada, fazendo tudo, acordando todo dia, passando café, arrumando a cama, dando uma volta na quadra, ouvindo um som, alimentando a Pobre. Você tá ansioso e isso é muito pouco religioso. Pasme: acho que você é muito pouco religioso. Mesmo. Você deixou de queimar fumo e foi procurar Deus. Que é isso? Tá substituindo a maconha por Jesusinho? Zézim, vou te falar um lugar-comum desprezível, agora, lá vai: você não vai encontrar caminho nenhum fora de você. E você sabe disso. O caminho é in, não off. Você não vai encontrá-lo em Deus nem na maconha, nem mudando para Nova York, nem.
Você quer escrever. Certo, mas você quer escrever? Ou todo mundo te cobra e você acha que tem que escrever? Sei que não é simplório assim, e tem mil coisas outras envolvidas nisso. Mas de repente você pode estar confuso porque fica todo mundo te cobrando, como é que é, e a sua obra? Cadê o romance, quedê a novela, quedê a peça teatral? DANEM-SE, demônios. Zézim, você só tem que escrever se isso vier de dentro pra fora, caso contrário não vai prestar, eu tenho certeza, você poderá enganar a alguns, mas não enganaria a si e, portanto, não preencheria esse oco. Não tem demônio nenhum se interpondo entre você e a máquina. O que tem é uma questão de honestidade básica. Essa perguntinha: você quer mesmo escrever? Isolando as cobranças, você continua querendo? Então vai, remexe fundo, como diz um poeta gaúcho, Gabriel de Britto Velho, "apaga o cigarro no peito / diz pra ti o que não gostas de ouvir / diz tudo". Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. Essa expressão é fundamental na minha vida.
Eu conheci razoavelmente bem Clarice Lispector. Ela era infelicíssima, Zézim. A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo. Te falo nela porque Clarice, pra mim, é o que mais conheço de GRANDIOSO, literariamente falando. E morreu sozinha, sacaneada, desamada, incompreendida, com fama de "meio doida”. Porque se entregou completamente ao seu trabalho de criar. Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão. Como Joyce. Como Kafka, louco e só lá em Praga. Como Van Gogh. Como Artaud. Ou Rimbaud.
É esse tipo de criador que você quer ser? Então entregue-se e pague o preço do pato. Que, freqüentemente, é muito caro. Ou você quer fazer uma coisa bem-feitinha pra ser lançada com salgadinhos e uísque suspeito numa tarde amena na Cultura, com todo mundo conhecido fazendo a maior festa? Eu acho que não. Eu conheci / conheço muita gente assim. E não dou um tostão por eles todos. A você eu amo. Raramente me engano.
Zézim, remexa na memória, na infância, nos sonhos, nas tesões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço sem fundo do inconsciente: é lá que está o seu texto. Sobretudo, não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos. Cada um tem seus processos, você precisa entender os seus. De repente, isso que parece ser uma dificuldade enorme pode estar sendo simplesmente o processo de gestação do sub ou do inconsciente.
E ler, ler é alimento de quem escreve. Várias vezes você me disse que não conseguia mais ler. Que não gostava mais de ler. Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E eu acho — e posso estar enganado — que é isso que você não tá conseguindo fazer. Como é que é? Vai ficar com essa náusea seca a vida toda? E não fique esperando que alguém faça isso por você. Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente.
Ou então vá fazer análise. Falo sério. Ou natação. Ou dança moderna. Ou macrobiótica radical. Qualquer coisa que te cuide da cabeça ou/ e do corpo e, ao mesmo tempo, te distraia dessa obsessão. Até que ela se resolva, no braço ou por si mesma, não importa. Só não quero te ver assim engasgado, meu amigo querido.
Pausa.
Quanto a mim, te falava desses dias na praia. Pois olha, acordava às seis, sete da manhã, ia pra praia, corria uns quatro quilômetros, fazia exercícios, lá pelas dez voltava, ia cozinhar meu arroz. Comia, descansava um pouco, depois sentava e escrevia. Ficava exausto. Fiquei exausto. Passei os dias falando sozinho, mergulhado num texto, consegui arrancá-lo. Era um farrapo que tinha me nascido em setembro, em Sampa. Aí nasceu, sem que eu planejasse. Estava pronto na minha cabeça. Chama-se Morangos mofados, vai levar uma epígrafe de Lennon & McCartney, tô aqui com a letra de Strawberry fields forever pra traduzir. Zézim, eu acho que tá tão bom. Fiquei completamente cego enquanto escrevia, a personagem (um publicitário, ex-hippie, que cisma que tem câncer na alma, ou uma lesão no cérebro provocada por excessos de drogas, em velhos carnavais, e o sintoma — real — é um persistente gosto de morangos mofados na boca) tomou o freio nos dentes e se recusou a morrer ou a enlouquecer no fim. Tem um fim lindo, positivo, alegre. Eu fiquei besta. O fim se meteu no texto e não admitiu que eu interferisse. Tão estranho. Às vezes penso que, quando escrevo, sou apenas um canal transmissor, digamos assim, entre duas coisas totalmente alheias a mim, não sei se você entende. Um canal transmissor com um certo poder, ou capacidade, seletivo, sei lá. Hoje pela manhã não fui à praia e dei o conto por concluído, já acho que na quarta versão. Mas vou deixá-lo dormir pelo menos um mês, aí releio — porque sempre posso estar enganado, e os meus olhos de agora serem incapazes de verem certas coisas.
Aí tomei notas, muitas notas, pra outras coisas. A cabeça ferve. Que bom, Zézim, que bom, a coisa não morreu, e é só isso que eu quero, vou pedir demissão de todos os empregos pela vida afora quando sentir que isso, a literatura, que é só o que tenho, estiver sendo ameaçada como estava, na Nova.
E li. Descobri que ADORO DALTON TREVISAN. Menino, fiquei dando gritos enquanto lia A faca no coração, tem uns contos incríveis, e tão absolutamente lapidados, reduzidos ao essencial cintilante, sobretudo um, chamado "Mulher em chamas". Li quase todo o Ivan Ângelo, também gosto muito, principalmente de O verdadeiro filho da puta, mas aí o conto-título começou a me dar sono e parei. Mas ele tem um texto, ah se tem. E como. Mas o melhor que li nesses dias não foi ficção. Foi um pequeno artigo de Nirlando Beirão na última IstoÉ (do dia 19 de dezembro, please, leia), chamado "O recomeço do sonho". Li várias vezes. Na primeira, chorei de pura emoção - porque ele reabilita todas as vivências que eu tive nesta década. Claro que ele fala de uma geração inteira, mas daí saquei, meu Deus, como sou típico, como sou estereótipo da minha geração. Termina com uma alegria total: reinstaurando o sonho. É lindo demais. É atrevido demais. É novo, sadio. Deu uma luz na minha cabeça, sabe quando a coisa te ilumina? Assim como se ele formulasse o que eu, confusamente, estava apenas tateando. Leia, me diga o que acha. Eu não me segurei e escrevi uma carta a ele dizendo isso. Não sou amigo dele, só conhecido, mas acho que a gente deve dizer.
Escrevendo, eu falo pra caralho, não é?
Aqui em casa tá bom. É sempre um grande astral, não adianta eu criticar. O astral ótimo deles independe da opinião que eu possa ter a respeito, não é fantástico? A casa tá meio em obras, Nair mandou construir uma espécie de jardim de inverno nos fundos, vai ligar com a sala. Hoje estava puta porque o Felipe não vai mais fazer vestibular: foi reprovado novamente no 3º colegial. Minha irmã Cláudia ganhou uma Caloi 10 de Natal do noivo (Jorge, lembra?), e eu me apossei dela e hoje mesmo dei voltas incríveis pelo Menino Deus(?). Márcia tá bonita, mais adultinha, assim com um ar meio da Mila. Zaél cozinhando, hoje faz arroz com passas para o jantar.
Povos outros, nem vi. Soube que A comunidade está em cartaz ainda e tenho granas pra receber. Amanhã acho que vou lá.
Tô tão só, Zézim. Tão eu-eu-comigo, porque o meu eu com a família é meio de raspão. Tá bom assim, não tenho mais medo nenhum de nenhuma emoção ou fantasia minha, sabe como? Os dias de solidão total na praia foram principalmente sadios.
Ocê viu a Nova? Tá lá o seu Chico, tartamudeante, e uma foto muito engraçada de toda a redação — eu com cara de "não me comprometam, não tenho nada a ver com isso". Dê uma olhada. Falar nisso, Juan passou por aqui, eu tava na praia, falou com Nair por telefone, estava descendo de um ônibus e subindo noutro. Deixou dito que volta dia três de janeiro ou fevereiro, Nair não lembra, pra ficar uns dias. Ficará? E nada acontecerá. Uma vez me disseram que eu jamais amaria dum jeito que "desse certo", caso contrário deixaria de escrever. Pode ser. Pequenas magias. Quando terminei Morangos mofados, escrevi embaixo, sem querer, "criação é coisa sagrada”. É mais ou menos o que diz o Chico no fim daquela matéria. É misterioso, sagrado, maravilhoso.
Zézim, me dê notícias, muitas, e rápido. Eu não pensei que ia sentir tanta falta docê. Não sei quanto tempo ainda fico, mas vou ficando. Quero escrever mais, voltar à praia, fazer os documentos todos. Até pensei: mais adiante, quando já estivesse chegando a hora de eu voltar, você não queria vir? A gente faria o mesmo esquema de novo, voltaríamos juntos. A família te ama perdidamente, hoje pintaram até uns salseirinhos rápidos porque todo mundo queria ler a matéria do Chico ao mesmo tempo.
Let me take you down
cause I'm going to strawberry fields
nothing is real, and nothing to get hung about
strawberry fields forever
strawberry fields forever
strawberry fields forever
Isso é o que te desejo na nova década. Zézim, vamos lá. Sem últimas esperanças. Temos esperanças novinhas em folha, todos os dias. E nenhuma, fora de viver cada vez mais plenamente, mais confortáveis dentro do que a gente, sem culpa, é. Let me take you: I'm going to strawberry fields.
Me conta da Adélia.
E te cuida, por favor, te cuida bem. Qualquer poço mais escuro, disque 0512-33-41-97. Eu posso pelo menos ouvir. Não leve a mal alguma dureza dita. É porque te quero claro. Citando Arantes, pra terminar: "Eu quero te ver com saúde I sempre de bom humor I e de boa vontade".
Um beijo do
Caio
PS — Abraço pro Nello. Pra Ana Matos, e Nino também.
(Caio Fernando Abreu)
Extraído daqui.
5 de nov. de 2009
PENSANDO
Pensei em comentar que a novela do Maneco é a pior de todas que ele já escreveu (se é que quem está escrevendo é ele, visto que na abertura aparecem mais colaboradores do que atores), em gongar o Vegas, fazendo piada da lenda em que se tranformou o encerramento de suas atividades (faz mais de um ano que eles dizem que vão fechar!), em falar das Olimpíadas no Rio, da inauguração das novas faixas na Marginal Tietê, do Google Wave, que eu ainda não descobri como funciona, enfim...
Mas acho que acabei não escrevendo sobre nada disso porque, bom patrão que sou de mim mesmo, resolvi me dar férias. Não que o blog seja uma imposição da qual eu precise descansar (aliás, o intuito é justamente esse — fazer algo que não seja por obrigação). Mas resolvi tirar férias de dizer pros outros o que eu penso. Já que, de pensar, pelo jeito não tem muito como fugir!
E, para que todos percebam que nunca me esqueci do Teleférico — nem do meu público maravilhoso (aliás, já repararam que não existe outro adjetivo para "público"?) —, vai aí uma prova:
Entrada para o teleférico, em Santorini
24 de set. de 2009
101,7 MHz
23 de set. de 2009
NUMEROLOGIA
Acho que só isso pra mim já comprova que a irmã do Gugu é mesmo uma farsa. Lembro que ela ia semanalmente no Domingo Legal fazer a numerologia das velhas do auditório.
— Qual o número da sua casa, querida?
— 122.
— Nesse caso, a soma dos números é igual a 5. E 5 não é um bom número. O melhor é o 6. Então, coloque uma letrinha A do lado do número da sua casa para atrair boas energias.
E isso se repetia durante três horas (o Gugu nunca teve noção de tempo) todo santo domingo.
Quando encheu o saco da numerologia para o lar, passou-se para a numerologia dos carros.
— Qual a placa do seu carro, minha senhora?
— ABC 1234.
— A soma dá 16, que é igual a 7. Também não é um bom número. Seria melhor se a senhora escrevesse no cantinho da placa a letra H, que equivale a 8. Assim, a soma de 7 mais 8 vai gerar um 15, que é o mesmo que 6.
E lá ficavam as gordas da plateia se engalfinhando para que a numeróloga lhes passasse a chave da felicidade também no nível automobilístico.
Quem é mais velho acompanhou ainda a febre da mudança de nomes dos artistas. Acho que foi no começo dos anos 90 que Sandra Sá acrescentou um "de", Jorge Ben repetiu o "jor" no final do nome, e por aí vai. Cristina Rocha encheu o nome de H's e Y's, mas hoje acho que voltou a ser Cristina. Núbia Oliver já fez de tudo também (dois I's, pôs R, tirou R, se duvidar trocou até o pingo do i por trema), mas continua semidesconhecida.
Enfim, não preciso dizer que acho tudo isso um monumento à abstração. Meu apartamento soma 9 me trouxe dias excelentes, e nunca precisei colocar nenhuma letrinha depois do número. Aliás, tem uma coisa que eu sempre quis perguntar pra Aparecida Liberato (e que considero mais uma prova da charlatanice da pessoa): se se somam as letras e números da placa do carro, porque não se somam também as letras do nome da cidade e da sigla do estado? Elas estão tão escritas quanto a letrinha que o pobre coitado vai pôr ali do lado, a lápis. O mesmo também pra casa: se você vai escrever um A do lado do número, por que não somar as letras que muitas vezes aparecem na pichação que tem na fachada ou mesmo numa placa, no caso de um estabelecimento comercial? Vai entender a lógica da Liberato. Falando nisso, por onde andará a dita-cuja? Ultimamente ela está tão desaparecida...
18 de set. de 2009
AUTOBIOGRAPHIA LITERARIA
I played by myself in a
corner of the schoolyard
all alone.
I hated dolls and I
hated games, animals were
not friendly and birds
flew away.
If anyone was looking
for me I hid behind a
tree and cried out, "I am
an orphan."
And here I am, the
center of all beauty!
writing these poems!
Imagine!
(Frank O'Hara)
Peguei esse do blog da Letícia! Lá aparece traduzido. Mas são lindas as duas versões!
16 de set. de 2009
A DE AMOR, B DE BAIXINHO
Na esteira, eu acrescento: seria errado chamar o alfabeto grego de abecedário?
Pensemos!
14 de set. de 2009
BREGA E CHIQUE
(As meninas, Xibom bombom)
Pois é, não existissem ricos, também não haveria pobres. E vice-versa. Disso todo mundo já sabe. Mas o que mais me intriga, especialmente levando em consideração que tem muito, mas muito menos ricos do que pobres, é que a riqueza chame menos atenção do que a pobreza. Ou alguém aí já viu um jeep tour pelo Shopping Cidade Jardim? Pensando nisso é que eu, Cohen e a venezuelana fomos desbravar novos territórios neste fim de semana. Tudo bem, eu já tinha ido lá em outras duas ocasiões, mas só agora consegui mergulhar de forma mais inteira no complexo do alto luxo paulistano.
Pulseiras de 25 mil reais, relógios de 85 mil reais, calças de viscose de 900 reais... Quanta abstração! Mas, o estilo neoclássico à parte, não dá pra negar que o lugar é mesmo muito agradável. O terraço, então, nem se fala! E a livraria? Quanto espaço! Dá pra passar o dia todo lá dentro sem se aborrecer. Lógico, desde que você se dedique aos livros e não fique de ouvido espichado na conversa alheia, cheia de cortesias, risadas sutis e frases do tipo "Estou completamente de acordo com você". Quem fala desse jeito? Nem nas novelas do Maneco...
E tudo bem também que, ao sair do shopping, você terá um "choque de realidade" ao deparar com um busão Terminal Capelinha passando na sua frente. Mas a experiência de encontrar uma filial da Baked Potato que vende batata com recheio de caviar não tem preço! Vale o passeio! Aliás, só o nome dessa filial já é digno de todo um estudo antropológico: Baked Potato Boutique. Nada mais fino! Nada mais sofisticado! Nada mais exclusivo! Se bem que muitas vezes fico me perguntando por que é que os publicitários insistem em achar tão maravilhoso assim destacar os produtos para as classes mais abastadas com nomes do tipo Boutique, VIP, Première, Grand Elite, Special, Personalité, Prime... Será que não passou pela cabeça de nenhum deles que, vendendo as coisas desse jeito, o chique fica parecendo cada dia mais brega?
E, se as coisas continuarem assim, quem sabe um dia o preço dos apartamentos ali não fique mais acessível? Sem falar que, como já aconteceu com muitos bairros da cidade ao longo da história, aquilo lá pode perfeitamente entrar em processo de decadência. Já pensaram em 2095? Cortiço Cidade Jardim?
11 de set. de 2009
9 de set. de 2009
DE VUELTA
2 de set. de 2009
PÁJARO LOCO
31 de ago. de 2009
COMPARTIMENTANDO
A minha descoberta se deu porque estou fazendo aulas de francês lá. E cada dia a aula é numa sala diferente (sempre marcada num papel afixado no mural). O prédio principal, onde acontecem as aulas, é dividido em corredores, cada qual identificado com uma letra, por exemplo, E. Em cada corredor, as entradas para as salas são identificadas com um número, por exemplo, E4. Mas nas entradas de serviço, onde estão os banheiros e almoxarifados, como haverá mais de uma porta, a identificação passa para um subnível. Assim, minicorredor de serviço: E1. Almoxarifado: E1.1. Sanitário masculino: E1.2 etc. E hoje, para o meu desbunde (já que me incluo na categoria dos que têm TOC), descobri que as cabines do banheiro também têm identificação: E1.1a (!)
E se déssemos prosseguimento à brincadeira? A privada seria E1.1a1, o cocô E1.1a1a, o milho E1.1a1a.a e assim por diante...
MOMENTOS DE FALTA DE ACABAMENTO VOL. II
— Mãe, quando a gente vai comprar o CD do Caminho das Índias?
— Olha só que livro legal pra deixar assim... em cima de uma mesa.
— Quer dizer, pra ler...
— Tenho um jeito barroco e complexo de me exprimir.
— Onde que eu encaixo isso no meu mundo socialista?
ENTRE OUTRAS MIL...
Mas neste fim de semana fui apresentado a uma pérola que não pode se perder tão cedo. Por isso decidi deixá-la registrada também aqui, afinal, é o meio de que disponho para divulgar coisas que acho interessantes. Tudo bem, também posso sair por aí riscando portas de banheiro, colando papelzinho em poste etc. etc.
Bom, vamos ao que importa. Para quem ainda não viu, eis a interpretação de Vanusa para o Hino Nacional — o melhor vídeo do YouTube dos últimos meses.
13 de ago. de 2009
5 de ago. de 2009
QUESTÃO DE TAMANHO
1 de ago. de 2009
31 de jul. de 2009
30 de jul. de 2009
VIVENDO E APRENDENDO (O REATOR)
É engraçado a gente deparar com essas pequenas coisas da vida de adulto que pai nenhum e mãe nenhuma, por mais zelosos que tenham sido, nunca pararam para nos explicar. O carro mesmo aglomera uma profusão delas.
Mas nesta semana eu fui agraciado com uma lição da vida, que compartilho aqui com vocês: as lâmpadas da minha cozinha pararam de acender. Bosta! Alguns dias depois (não preciso dizer quantos), resolvi levá-las até uma loja para ver se elas tinham realmente queimado — eu desconfiava que ainda estivessem funcionando, pois não teve estouro nem nada. Dito e feito: as lâmpadas estavam ok. Voltei pra casa, pus as lâmpadas de volta no lugar delas e fui desmontar o interruptor, que já tinha dado sinais de mal contato. Mas nada. A cozinha continuava no escuro. Foi só conversando com o porteiro do meu prédio que descobri que as lâmpadas fluorescentes têm um reator, e que o meu, no caso, já era. E lá foi Denis alameda dos Maracatins avante comprar o primeiro reator de sua vida...
E vocês, que certamente já aprenderam de um tudo nesta vida, se lembram de algumas lições assim?
27 de jul. de 2009
17 de jul. de 2009
CALENDÁRIO
Mas a verdade é que minha preocupação vai além do senso estético. E a única coisa que posso imaginar dessas pessoas é que elas são inconscientemente infelizes, conformadas, daquelas que estão no mundo só para cumprir tabela. Afinal, que espécie de prazer pode trazer você olhar para um calendário com os dias riscados? "Pronto, 16 de julho. Esse dia eu já vivi. Um a menos."
Vai entender...
14 de jul. de 2009
¡ADIÓS!, TELEFONICA
Até mesmo a taxa de transferência de titularidade, que eu precisaria pagar para manter meu número e poder transferi-lo a outra operadora, e que a princípio era de 48,01 reais, eles disseram que poderia sair de graça. Aliás, como eu odeio isso! Foi a mesma coisa quando eu resolvi cancelar a assinatura do Terra. Eles ofereceram baixar a mensalidade de 24 para 12 reais. Depois para 8 reais. E chegaram até a me propor 4 reais por mês... E eu estive pagando esse tempo todo 24 reais por quê? Porque sou trouxa? SIM!
O mesmo também na Runner. "Se você renovar seu plano até sexta-feira, você ganha um mês de graça." Passou sexta-feira, passou segunda-feira, maio virou junho. Na terça-feira a guria da recepção veio me dizer que estavam com uma nova promoção, realmente muito mais vantajosa. Mas eu teria que renovar o plano até o fim do mês, e ganharia também mais um mês de graça!
É muito humilhante mesmo esse jeitinho brasileiro de tentar tirar proveito do babaca do consumidor até onde for possível. Cheguei inclusive a perguntar pra atendente do Terra:
— Ué, se você pode me vender essa assinatura por 4 reais, por que me ofereceu primeiro por 12?
— São os procedimentos da empresa, senhor.
No caso da Telefonica, fiquei ouvindo durante esse tempo todo os procedimentos da empresa. Faltou só eles me oferecerem sociedade para que eu não cancelasse a linha... Aí quem sabe eu não pensaria melhor!
12 de jul. de 2009
SOROCABA TE AMA
— Sou gaúcha, de Porto Alegre.
— Ai, Porto Alegre, que cidade linda. Cidade que eu amo. Um beijo para todos os gaúchos que estão nos assistindo.
— Alô, quem fala?
— Josiane.
— Josiane, você está falando de onde?
— De Fortaleza, no Ceará.
— Alô, alô Fortaleza. Alô, Ceará. Estado maravilhoso. Um beijão para todo mundo do Ceará que nos prestigia.
Pensa bem. Quantas vezes você já não ouviu isso na sua vida assistindo televisão? Duzentas? Quinhentas? Um milhão!
Será que falta criatividade aos apresentadores ou eles têm mesmo tanto amor pra dar? Vai saber... Só sei que seria muito mais divertido se um dia ligássemos a TV e ouvíssemos:
— De onde você fala?
— Dos Cafundós do Judas.
— Nossa, Cafundós do Judas. Lugar horroroso, que fede. Povo folgado. Odeio! Próxima ligação? Alô!
2 de jul. de 2009
BRANDING XTREME
Certeza essa estratégia de branding ainda vai chegar às maternidades! Já posso até ver ex-BBBs e afins, em troca de uns trocados na conta bancária, batizando seus filhos de Fiat da Silva, Whirlpool de Oliveira, Elma Chips dos Santos... Digno, não?
29 de jun. de 2009
XAVECO JURÍDICO
Pra quem não aprendeu ainda como xavecar uma mina, vale a lição!
"0 gracejo que se faz a uma mulher deve ter o tempero exato da cortesia intencional com o apetite sexual que se contém, para que, como em um jogo de sedução que se manipula com poucas e acertadas palavras ou gestos, se alcance o objetivo sem que o alvo da conquista possa ter tempo suficiente para agir com razão. Isso se consegue com o galanteio apropriado para a hora certa, embora uma dose de sorte nunca seja dispensável. Afinal, não há criatividade que supere a barreira da não receptividade feminina."
25 de jun. de 2009
THE KING'S GONE
Musicalmente também ele já estava morto. Enterrado. Tanto é que, quando foi anunciada essa turnê de mais de cinquenta shows em Londres, eu fiquei com muita vontade de ir. Mas os ingressos se esgotaram em pouco tempo. Eu nem tive a chance de tentar comprar. Ainda bem. Pois alguma coisa me dizia que esses shows nunca viriam a acontecer. Achei até que era mais um golpe de marketing para tentar ressuscitá-lo. Bom, isso certamente era. Porque Michael Jackson não produziu nada que possa ser considerado decente desde Dangerous — ou History, vá lá, tem alguma coisa legal neste álbum. Mas os posteriores...
As pessoas que nasceram mais ou menos na mesma época que eu são todas da geração Michael Jackson. (Eu mesmo nasci no ano em que foi lançado Thriller.) Uns gostavam mais das músicas dele, outros gostavam menos, mas não havia ninguém que não fosse capaz de reconhecer a grandeza do Jacko. Eu sempre gostei! Acho até que, se eu tivesse que participar de um programa de perguntas e respostas sobre celebridades, eu escolheria responder sobre ele — o que não quer dizer que eu tenha chegado ao ponto de ser um daqueles biógrafos que dão depoimentos sobre a vida dos personagens famosos no E! Entertainment Television. Eu gostava do Michael Jackson e acho que ele fará falta sim, especialmente pela figura lendária em que ele havia se transformado. Sempre foi muito divertido abrir a internet e deparar com novas bizarrices dele ou com as fotos de máscara.
Mas ele se foi. Quem sabe não tenha encontrado um novo mundo mais condizente com aquele em que ele achava que vivia. Michael Jackson era um sonhador.
24 de jun. de 2009
O VERDADEIRO SIGNIFICADO DE MOEMA
22 de jun. de 2009
SÃO PAULO FASHION WEEK
— Muito metal, com tonalidades mais ligadas ao verão, como o vermelho, o laranja e o amarelo. Ou outras mais ousadas, como um verde ou um azul, para as mulheres mais despojadas. E nunca se esquecendo do preto também, sempre para realçar. E a bochecha rosada, denotando saúde. Essas são as tendências de make para o verão 2010 que estão sendo apresentadas nas passarelas do São Paulo Fashion Week hoje, mas que já vão ser vistas nas ruas a partir deste inverno.
Uma outra repórter, cobrindo o desfile de um renomado estilista brasileiro, com lojas em algumas cidades do mundo, e que gosta de pagar de DJ com certa frequência, conversou com uma modelo já veterana, que hoje só desfila para o dito estilista:
— Reparem que a modelo está sem maquiagem hoje. E é linda! Vejam essa cara, essa pele.
A modelo (tenho certeza que ela é o molde da caveira em que o estilista se inspira para suas estampas) sorri e agradece. A repórter continua:
— Mas com quantos anos você está?
— Trinta e sete.
— Parece bem menos!
A mesma repórter, vestindo uma blusa de oncinha, encontra outro estilista e pergunta:
— É verdade que a estampa de oncinha veio para ficar?
— É verdade sim. Ela já está aí há quatro ou cinco anos e veio para ficar.
Da papisa da moda, ela quer saber se mulheres acima dos 50 podem abusar da minissaia.
— Bom, eu tenho as pernas lindas, então eu posso usar. Mas é lógico que não dá para dispensar uma meia-calça de tonalidade opaca. E minissaias não tão curtas, pelo amor de deus.
A jornalista loira, com cabelo à la Victoria Beckham (ou seria Rihanna, enfim, nota 10 de criatividade), é a próxima entrevistada:
— E o que você está achando dessa edição do São Paulo Fashion Week?
— Olha, hoje é só o primeiro dia. Mas já deu pra sentir que as grifes vieram todas muito bem, mesmo eu só tendo assistido ao desfile de uma delas. Há um abuso de texturas e tecidos, com cores mais clássicas e outras mais ousadas, características da estação. Os cortes também oscilam entre o clássico e o inovador, demonstrando uma tendência que já pode ser vista nas passarelas de Milão, Nova York e Paris.
Na sequência aparecem alguns representantes do populacho, que certamente estão ali de bicão e que são imediatamente agulhados por outra repórter:
— Você acha que sua roupa é fashion?
E o show de horror termina (pelo menos para mim, que desligo a televisão depois disso tudo) de uma maneira jamais esperada:
— Já se pode dizer que São Paulo está no mapa-múndi da moda?
— Olha, não dá.
E assim vou dormir com a certeza de que tem gente inteligente no meio da moda sim! Porque para falar todo o resto, convenhamos, não é preciso nem meio neurônio.
19 de jun. de 2009
COMO UMA LUVA
Se estiver ilegível, é só clicar nela que aumenta.
Bill Waterson. A vingança dos oprimidos — Uma coletânea de Calvin e Haroldo. São Paulo: Cedibra, 1991.
17 de jun. de 2009
"BABACA" TAMBÉM TEM 3 "A"
Às vezes dá vergonha morar em São Paulo.
Fico pensando quando a profecia do Leandro vai enfim se concretizar e todo esse bando vai começar a se jogar do alto dos seus prédios neoclássicos. É a chuva da classe média alta paulistana! Porque não é possível que tanta futilidade e tanta falta de noção do que é o mundo real sejam eternas... Alguma hora tem que cair a ficha desse povo. Será que vamos estar aqui para ver?
A notícia toda está neste link.
5 de jun. de 2009
MANUAL CARAS DE REDAÇÃO E ESTILO
Não tardará, certamente, para você receber um convite para a BODA de algum amigo. Ainda mais se se tratar de alguma famosidade, afinal no mundo de Caras não existe casamento. E, depois da cerimônia (em alguma ilha da Oceania ou com algum padre-de-televisão), é sempre hora da festa, hora de a noiva roubar a cena com um look simples, porém com muita elegância, BY qualquer Ronaldo Ésper da vida. Pra que usar as preposições em português, não é mesmo?
E por que também não ousar na transitividade dos verbos? Aquela chatice do "quem faz faz alguma coisa" é totalmente dispensável, numa tentativa mais do que evidente de o jornalista ganhar espaço para encher a reportagem com mais e mais glamour. Não foi alguns dias depois daquela mesma festa que a fulana RECEBEU em um brunch elegante? Pobres convidados, pobres amigos que, de tão desprezíveis, nem na frase entraram.
Trapos devidamente juntados, é hora de casa nova (ia dizer "quem casa quer casa", mas não posso me esquecer que na Caras só rola boda). Chovem nomes de arquitetos em textos to-tal-men-te descompromissados. E, rodeados de tanto merchandising, marido e mulher poderão finalmente curtir o DÉCOR (no masculino mesmo, esbanjando atrevimento!) do novo loft. Isso que é vida!
Mas união que se preze só fica completa mesmo quando vêm as crianças. E as pobres coitadas, que nem podem escolher se querem ou não aparecer na revista, já são logo fotografadas para mostrar a felicidade descomunal do CLÃ de famosidades.
E é assim, no meio de tantas celebridades com um livro aberto nas mãos, ou diante de um closet repleto de roupas e sapatos, que se constrói uma nova escola de redação. E de estilo — que disso, verdade seja dita, a Caras entende muito, querida.
2 de jun. de 2009
NOVOS TALENTOS
Se você também não suporta Pedro Camargo Mariano, Jairzinho Oliveira e tantos outros nomes da nova MPB (argh!), que tal apostar na malemolência de um campeão? O novo representante da música popular brasileira é o...
...MAGUILA! (só clicar no nome dele que abre o site para ouvir a música)
Ele apostou no pagode, que tem andado meio em baixa ultimamente, depois do fechamento de tantos e tantos bares antros da heterossexualidade na Hélio Pellegrino e na Faria Lima (salve prefeita estética!). Mas há quem continua preferindo o bom e velho sertanojo. Nesse caso a dica, também da Kiel, é uma nova dupla dinâmica: Bátima e Robson. Santa madrugada!
Se bem que, em tempos de reforma ortográfica, VALE destacar a devida atenção para a marcação da proparoxitonicidade do nome do cantor! Muito bom!
1 de jun. de 2009
J'ADORE
Foi imediatamente interrompida pelo Datena.
MALLANDRAGEM
28 de mai. de 2009
DONA MARIA
De que adianta o Dia ser mais barato se lá não tem nada pra comprar? Na seção dos chocolates em barra, a única opção era o Hershey's meio amargo. Não tem como não economizar desse jeito. Você sai do mercado de mãos vazias...
CINQUENTONA
Parabéns, Grwwwetchen!
25 de mai. de 2009
FOI
Prezados senhores.
Venho, por meio desta, solicitar minha demissão do quadro de funcionários da empresa.
Solicito a liberação do cumprimento do Aviso Prévio.
Sem mais,
Atenciosamente,
Denis Fracalossi
22 de mai. de 2009
O APRENDIZ
Acho o programa bom porque ele é bem real na reprodução do que é o sistema corporativo brasileiro. A começar pela própria entrada do Roberto Justus na sala de reunião. Sensacional. Mas analisemos os candidatos, que o Justus também não é uma pessoa.
Bom, se não me engano, nenhum deles vem de universidade pública. A maioria estuda em centros universitários caça-níqueis. Nada contra as universidades particulares, acho ótimo, mas é que é bem assim no mundo do terno e gravata também. Acontece que boa parte dos selecionados para fazer parte do programa é burra, tem visão de mundo zero (o que independe da faculdade que a pessoa cursou, quero deixar isso claro). Sem falar que alguns deles não sabem nem escrever. Não foi nesta mesma edição que escreveram "escultar" em vez de "escutar"? Ou seja: são candidatos assim que estão disputando teoricamente uma das melhores vagas de emprego do país? São. E o que é pior: a produção do programa fez testes e mais testes pra escolher os melhores competidores. E estes foram os vencedores!
As argumentações deles são absolutamente fracas, superficiais e, quando querem fazer uma análise psicológica dos fatos e dos outros concorrentes, aí que fica tudo vergonhoso. Só que o Justus acha tudo lindo (de verdade ele acha) e diz que isso é "saber se colocar". Aliás, tem algo mais corporativo do que "saber se colocar"? PQP. E a sensibilidade do ser humano, pra onde vai? A menina ontem quase foi demitida porque chorou no banheiro. (E ela afirmou veementemente que não chorou, que foi apenas "usar o sanitário".)
É, Fausto. Tem que separar o pessoal do profissional. E começo a desconfiar que essa separação do pessoal do profissional é o que tem cagado o mundo since Revolução Industrial. Aqui eu deveria ser o Denis funcionário. Depois das 7 é que posso ser o Denis Denis. Só que eu, por mais Paulo Autran que seja às vezes, não consigo me dividir bem nesses dois papéis. E sobra muito de funcionário no Denis Denis, e muito de Denis Denis no funcionário.
Enfim, não é à toa que esse mundo Vila Uó-límpia é dolorosamente artificial. Ou o barulinho toc-toc-toc do saltinho que as mulheres de terninho toc-toc-toc usam enquanto caminham pelo hall toc-toc-toc do edifício-potência é uma coisa toc-toc-toc que não dói toc-toc no ouvido de ninguém?
Olha, disso tudo só posso concluir que não me vejo participando de um programa como o Aprendiz. Nem por 1 milhão de reais (e muito menos para trabalhar com o Justus). Até porque tenho certeza que eu seria, se não o primeiro, o segundo eliminado. Não por falta de inteligência, mas por falta de adequação mesmo. Eu já me sinto inadequado aqui, fora do programa. Mas parece que o Justus desta vez não vai me demitir...
16 de mai. de 2009
EU ODEIO EMPRESAS DE TELEFONIA
14 de mai. de 2009
POR ACASO ALGUÉM NÃO SABIA?
"Marlene Mattos: 'Tive uma relação de amor com Xuxa'"
(copiado deste)
Pois é, minha gente, chega ao fim mais uma grande dúvida sobre a farândula que, vá lá, não era tão duvidosa assim. Afinal, todos sabemos que nossa X.Men é bem chegada numa bizarrice. Ou alguém aí também encararia o Roque?
11 de mai. de 2009
FICAR VELHO É...
5 de mai. de 2009
ELA CONSEGUIU
28 de abr. de 2009
ALÔ, É DO TELEMARKETING
— Fracalossi, sou eu mesmo.
— Boa noite, senhor. Aqui é da central de relacionamento do banco Itaú e nós...
— Mas às 9 da noite?
— Olha, senhor, aqui é uma central de telemarketing e nós trabalhamos até as 9h20. Mas, se o senhor preferir, eu retorno a ligação em outro horário...
— Prefiro. Obrigado.
Fazia um certo tempo que eu não recebia ligação de telemarketing. Achei até que a lei que disseram que foi aprovada, dando limites à encheção de saco via telefone (como se a encheção de saco da vida cotidiana já não fosse o suficiente), estava dando resultados, apesar de na maioria dos menus dos serviços de atendimento por telefone de empresas ainda não constar a opção "falar com alguém de carne e osso" logo no começo, que passaria a ser obrigatória. Mas ligações em casa fazia um certo tempo que eu não recebia. Bom, talvez porque faz um ano que eu deixei de trabalhar de madrugada e agora não passo mais as manhãs e as tardes em casa. Lembro até que, na época, eu deixava o telefone fora do gancho para poder dormir até o meio-dia. Mas ontem à noite me ligaram.
E hoje de manhã também:
— Bom dia, senhor. Aqui é do clube de idosos e estamos promovendo uma campanha aí no seu bairro para arrecadar fundos. Qual o seu nome?
— Não quero doar nada.
— Obrigada, senhor.
Receber ligações de telemarketing é uma prova de que morar sozinho não vai te deixar mais ou menos solitário. Afinal, mesmo naqueles dias em que você simplesmente não quer sair de casa nem ver ninguém pela frente, você ainda poderá ter a magnífica chance de conversar com quem você não conhece por telefone. Uns tempos atrás até li numa reportagem do tipo "Saiba como morar sozinho e não se tornar um chato" umas dicas que diziam para você se obrigar a falar com atendentes de telemarketing para exercitar a simpatia e a tolerância.
Eu, que sou pouco simpático mesmo, já vou logo dizendo pro telefonista que não tenho interesse e desligo. Mas conheço relatos de quem diz ser a empregada, que a patroa não está em casa; ou de quem inventa que fulano se mudou, para não ter mais que receber ligações daquele lugar. Ou seja, caso você esteja ok com a sua tolerância, você pode aproveitar a ocasião para exercitar a criatividade, veja que maravilha!
Aliás, nesse quesito, não conheço melhor história do que uma que ouvi de uma amiga, protagonizada por um amigo dela:
— Bom dia, senhor. Aqui é da central de assinaturas do jornal O Estado de S. Paulo, e eu gostaria de oferecer uma assinatura para o senhor...
— Bom dia. Eu não posso assinar o jornal.
— Mas esta é uma promoção imperdível, com condições muito vantajosas para o senhor. Ao assinar o jornal, você entra para um clube...
— Não posso assinar o jornal.
— Mas o preço está em conta e, de brinde, fazendo a assinatura agora, você ainda ganha um aparelho...
— Olha, eu sou cego. Não posso assinar o jornal.
— Obrigada, senhor. E desculpa.
Por que não tentar isso em casa quando o telefone tocar da próxima vez?
27 de abr. de 2009
4:14
Experimentamos a relação num clube de sexo e eu vejo você com uma menina. Depois você dorme comigo, ainda no sonho. E no sonho dentro do sonho eu vejo sua mãe. Tenho certeza de que é ela quem nos olha e acena. Eu falo com você. E a sua resposta vem no seu ronco, que continua sendo uma canção que me conforta.
Gosto de você muito. Talvez por isso consiga dormir tantas horas abraçado sem nem me mexer na cama. Sinto um carinho enorme por você, uma ternura para a qual busco um adjetivo e o primeiro que me ocorre é paternal. Eu e a autoimposição de ser o pai que não tive.
E as coisas neste único instante fazem mais sentido. Eu me olho e vejo como sou e o que eu sinto. Penso como seria bom se pudesse fotografar as pessoas neste instante e mostrar o que elas sentem. A tristeza de um dançarino de boate num domingo. A sua dor e a sua beleza.
O filme perturbador de ontem à noite volta todo na minha cabeça. E o seu abraço é o que eu tenho de mais doce nesta hora em que eu e você estamos desesperados.
24 de abr. de 2009
TELEVISIVAS
(copiado daqui)
"Dado Dolabella confirma gravidez da namorada: 'Vou ser pai!'"
(Ctrl-C Ctrl-V direto daqui)
Não é demais?
23 de abr. de 2009
17 de abr. de 2009
BIG BROTHER GOOGLE
Cada dia tenho mais medo de quando chegar o momento em que o Google Maps passar a ser transmitido ao vivo...
LUCKY MANUELO
EU, CANTOR
Não sei se vocês já pararam pra pensar sobre isso, mas eu acho que esse sonho de ser cantor é praticamente universal. Olhem-se as pessoas que já conseguiram dinheiro, fama e estabilidade financeira: do que que elas vão brincar depois de já conquistar tudo na vida? De virar cantor.
Podemos citar aí o Silvio Santos, com suas marchinhas de Carnaval e músicas para contos infantis. O próprio Pelé também já se arriscou nessa seara. Mas o exemplo mais recente e ilustrativo (e vergonhoso) é o do Roberto Justus — se bem que o teleférico dele, de modo geral, é um estudo de caso à parte. Fico pensando que uma pessoa como o Roberto Justus realmente não tem amigos. Afinal, ninguém teve a manha de chegar nele e dizer que seria ridículo ele ter pretensões de virar cantor. Agora, bajuladores pra dizer que ele canta bem, que realmente deveria gravar um disco, que é tudo de bom, ah, isso com certeza não faltou. Tanto é que ele foi até apresentar uma música na Hebe!
Mas eu, (talvez in)felizmente, tenho senso do ridículo e não vou me arriscar a virar cantor. Não agora. Já foi a época do coral no colégio. Já foi a fase do karaokê. Talvez um dia, se eu tiver muito dinheiro e ligar o foda-se bem ligado, me atreva a brincar de ser cantor. Mas aí eu estudaria, me aprimoraria, pra ir cantar juntinho de você, Leão. Por enquanto, meu Hitler me proíbe. Sem falar que tenho certeza que meus amigos me diriam "Menos, Denis". E, entre a sabedoria dos meus amigos e o sonho de ter uma plateia pagando pau pra mim, eu fico com os amigos!
14 de abr. de 2009
NOTÍCIA URGENTE (PISCANDO)
SÍNDROME DE LUISA MELL
"Organização de proteção aos animais pede para que Pet Shop Boys mude de nome" (tirado daqui)
Resta entender o que o cu tem a ver c'as calça nesse caso. Haja abstração, meu deus!
13 de abr. de 2009
MOMENTOS DE FALTA DE ACABAMENTO
"Gorda da Globo teve enfarte"
— Vinte reais não pagam nem minha calcinha.
— Bom, Inri, você ainda se veste como Jesus, mas temos feito progressos...
— Tudo é o momento, depois passa.
— Buceta, buceta, buceta!
— Estou fazendo dança de salão agora. Tenho um coreógrafo ma-ra-vi-lho-so que se chama...
— Tá cheio de gente querendo trabalhar de graça.
— Neste verão você quer ser baleia ou sereia?
— Menos anal.
— Kátia, mas você é cega mesmo?
9 de abr. de 2009
TURISMO NA EUROPA
Eu ouço falar nesse Elida Hair desde que era criança e via as propagandas dos xampus na TV. Seria imperdoável atravessar o Atlântico mais uma vez e não tirar pelo menos uma foto na frente desse lugar. Algo como ir a Roma e não ver o papa — e olha que o Ratzinger não está nos meus planos. Saudade do bispo Wojtyla, como diria Ilze Scamparini. Aliás, encontraremos as longas madeixas recitando reportagens pelas travessas romanas?
Pensando bem, se a Ilze tem aquele cabelo tão bem cuidado há tanto tempo, quem sabe ela não é a melhor pessoa para me dizer onde fica o Elida Hair...
7 de abr. de 2009
3 de abr. de 2009
TENHO CARA DE PALHAÇO?
Alguém tem Maracugina aí? (Aliás, por que Maracugina não é com J? A fruta é maracugá, agora? Aaaaaaaaaaaa...)
SWEDISH DREAM
Bom, mas o assunto de hoje não é o Ace Of Base nem o Frezza, ainda que eu possa tranquilamente escrever sobre os dois. Hoje sinto mesmo que é preciso fazer um post sobre a Suécia... Mas eu nunca fui lá.
A Suécia é um país simpático por excelência. Basta olhar as bandas legais que saíram de lá pra ter certeza disso: Abba, o próprio Ace Of Base, Roxette, The Cardigans... Tem coisa mais feliz?
Tem! Talvez o time de futebol deles, pra quem eu sempre torço na Copa, mas que nunca ganha porra nenhuma. Dá até dó! Mas não deixa de ser feliz! Bem feliz!
Tem também um filme sueco que eu vi um tempo atrás, Bem-Vindos se chama, e que eu achei a cara do país — mesmo sem nunca ter ido pra lá para saber realmente qual é a cara da Suécia. Mas com certeza é uma cara loira, branca... E com um sorriso simpático contido!
Na verdade, não saberia muito o que fazer se eu fosse pra Suécia. Não deve ser um país cheio de atrações para visitar como é o México, por exemplo (isso que a Suécia não é tão pequena assim). No inverno, particularmente, deve ser uma tristeza só, anoitecendo umas 3, 4 da tarde. Por isso que as taxas de suicídio lá são tão altas. Um país esuro, frio, com pessoas sem preocupações de sobrevivência básica... Não tem felicidade que aguente! Mesmo assim, acho que me divertiria tentando aprender palavras em sueco, pronunciando os å e os ø, andando por Estocolmo e me sentindo um anão de 1,70 no meio de um povo que tem 1,90 de altura média... Enfim, eu queria ir pra Suécia! Nem que fosse para descobrir bandas e coisas novas de que um dia pessoas que ainda nem nasceram nunca terão ouvido falar.
1 de abr. de 2009
CLICK FASHION
Em tempo, aquele lenço palestino já era. Pelamordedeus.
31 de mar. de 2009
INFIERNO ASTRAL
Y es así que los taurinos damos la bienvenida al infierno astral.
¿Qué me van a regalar de feliz cumpleaños?
27 de mar. de 2009
MODELANDO
Pois bem, hoje quem entrou pro rol dos modelos fui eu: como modelo de mão. Estaria aí uma nova vocação pra mim? (Se bem que eu preferia ser qualificado como "modelo de nu" também...)
Mas, por enquanto, fico felizão só de pensar que, na legenda da TV, já podem colocar:
Editor, empresário e modelo
DANÇA DAS CADEIRAS
But the secret sits in the middle and knows"
(Robert Frost)
O Tattu foi pros Estados Unidos e o Guedes está na Austrália. O Márcio também está por lá, na terra dos cangurus. A Letícia está indo morar no Rio e já tem até celular 021. A Fabiola veio de Caracas pra São Paulo, ainda não achou onde morar, não decidiu se vai ficar, mas está aqui. A Raquel continua em Osasco — essa, não tem quem tire de casa. O Lucas já quis voltar pra Joinville. A Telma foi pra Buenos Aires e continua por lá até hoje. Sem falar nos amigos que já foram e voltaram de Londres...
Será que Saturno está brincando de dança das cadeiras e colocando a gente pra protagonizar uma versão na vida real de Bailando Por Un Sueño?
I don't know. Só sei que, falando de sonho, hoje eu sonhei que balançava numa rede suspensa no céu e, como eu tava dentro da rede, com medo da altura, não via a paisagem linda que havia pra olhar. A Fabiola estava do lado de fora da rede, pendurada, sem medo, e voltou extasiada do passeio.
Se Mick Jones já se perguntou isso, por que eu não poderia fazer o mesmo — Should I stay or should I go?
20 de mar. de 2009
O MELHOR PRESENTE
Desisto. Juro que estou há mais de cinquenta minutos na frente deste computador tentando escrever um post decente sobre você, mas não está saindo. É muita coisa pra dizer, tem um Hitler me policiando pra não ser brega demais, tem outro Hitler me policiando para ser perfeito, as ideias estão totalmente fora de ordem, você sabe que minha cabeça está no modo centrifugar da lavadora ultimamente, o relógio tá me dizendo pra ir rápido e passar mais cedo na sua casa...
Mas não teria como eu publicar isto aqui sem dizer pelo menos que eu amo muito você.
Mari, vou ser eternamente grato pelas frutinhas que ganhei de sobremesa naquele dia, dez anos atrás. Eram horríveis, você bem sabe, mas como imaginar que um presente muito maior, o mais importante de todos os que eu já ganhei na vida, estava nascendo justamente ali!
Brigadão por você existir. E feliz aniversário!
<3
18 de mar. de 2009
O JOGO DO GATO E DA BARATA
ACNÉ
13 de mar. de 2009
WENDY SULCA
Rola uma excomunhão nesse caso também?
12 de mar. de 2009
CINCO SENTIDOS XTREME
Queria saber até que ponto pode ir essa exploração das sensações que temos visto no mercado publicitário recentemente. Imaginem se nos anos 80 seria possível pensar em tomar banho com um sabonete líquido com cheiro de morango com chantilly. Juro que, quando experimentei o de creme de chocolate, fiquei com vontade de comer o sabão. O jeito é não ir ao supermercado quando se está com fome mesmo.
Tem também os produtos com cheiro conceitual: rock star, karma, explosão pink... Mas aí é uma coisa muito mais subjetiva. Até porque o cheiro de uma coisa pra um não é o cheiro da mesma coisa pra outro. Aliás, quem garante que mesmo o cheiro de flores do campo seja igual pra mim e pro meu vizinho? Mesmo assim, tem coisas que têm um cheiro marcante pra gente, e ai de quem discordar! Quem nunca sentiu, afinal, um cheiro de infância, um cheiro de Estados Unidos, um cheiro de quando eu arranquei o dente do siso...
No gênero alimentício, eu me divirto com as coisas que têm gosto de outra coisa com gosto: barra de cereal sabor mousse de goiaba, bolacha sabor torta de limão, biscoitinhos sabor pizza (de quê?). Bom, pelo menos rola uma tentativa de evitar os clichês saborísticos de cada temporada: já foi a época do tomate seco com rúcula, do champignon, da mussarela de búfala, da mussarela de búfala com tomate seco e rúcula. Estamos agora no final da era do alho-poró (e eu aposto no brócolis como próxima vedete, marquem aí).
Enfim, a grande verdade é que não dá pra ter muita ideia de onde isso tudo pode parar. Especialmente se os publicitários resolverem se inspirar naquelas pessoas que têm uma capacidade fora do comum de inter-relacionar os sentidos. Quem sabe na década de 2030 a gente não vai estar tomando banho com um sabonete gasoso com cheiro de Nona Sinfonia ou comendo uma bolachinha com sabor de ventos alísios?
10 de mar. de 2009
PROFÉTICO
6 de mar. de 2009
QUESTÃO DE RESPEITO
"No dia 29/1, na sessão das 17h40 de 'O Curioso Caso de Benjamin Button', no Bristol, permaneci na sala ao final do filme, durante a exibição dos créditos, como tenho o costume de fazer. Senti-me pressionado a deixar a sala, tanto pela equipe de limpeza, que começou o trabalho antes do término dos letreiros, como por outros funcionários, que passavam ao meu lado com cara emburrada ou se posicionando estrategicamente perto de mim. Deixo aqui um pedido para todos os cinemas: respeitem os créditos do filme e, principalmente, aqueles que gostam de permanecer na sala até seu término." (G.S., 24, funcionário público)
A gerente de marketing da Playarte lamentou o desconforto do leitor e prometeu instruir os funcionários do cinema para que situações do tipo não voltem a acontecer.
Mas eu, que vou há dez anos ao Bristol, ao Espaço Unibanco, ao HSBC, ao Reserva Cultural e a tantos outros cinemas de arte de São Paulo, até hoje ainda não entendi uma coisa: por que que algumas pessoas ficam vendo os créditos do filme com cara de conteúdo, como se aquilo fosse realmente parte da obra e merecesse ser respeitada? Aliás, o que seria respeito, nesse caso? Assistir a um monte de nome subindo num fundo preto? E por acaso será que o respeito é tão grande mesmo a ponto de fulano lembrar o nome do assistente de iluminação ou do homem na fila do caixa #5? Haja!
5 de mar. de 2009
PÉROLA NEGRA
Notícia boa é uma que a Mari me mandou hoje, do UOL, dada a excentricidade do tema. Não vou nem falar nada de antemão — vamos a ela, e com comentários, já que é disso que meu povo góishta. (Vou transcrever o texto em vermelho, pra não criar confusão. Mas ele pode ser lido diretamente também neste link; aí, sem os comentários...)
Paulo Betti se encantou por Burkina Faso, o país do cinema na África
Ahn, tem país do cinema na África?
Da Redação
Encravado no noroeste do continente africano, um país com praticamente o mesmo tamanho que o Estado do Tocantins e 14 milhões de habitantes arrebatou o coração de Paulo Betti. Burkina Faso, que faz fronteira com seis países, entre eles Costa do Marfim, Níger e Gana, atingiu seu ponto fraco. "Encantei-me pelo país e sua capital, Ouagadougou, onde, a cada dois anos, todos respiram cinema", diz o artista.
1º: O nome da capital de Burkina Faso. Não tem como não achar engraçado. Tenta falar então! UÁ-GADUGU. Nada mais... africano! Ótimo!
2º: Todos respiram cinema? Meu Deus, eles não devem nem ter o que COMER, como que vão TODOS respirar cinema?
A capital sedia o Fespaco (Festival Panafricain du Cinéma et de la Télévision de Ouagadougou, na língua oficial do país, francês), um evento internacional tão importante que é conhecido como 'Cannes da África'. "É impressionante como em um país pobre, numa cidade pequena da África, a população venere o cinema. Mais impressionante ainda é que nos anos em que não acontece o festival de cinema, tem o de teatro. Não é lindo?"
Cannes da África? Não teria como não ser lindo mesmo... E Gramado (se bem que agora tem festival de cinema em Paulínia), também é Cannes brasileira?
O festival acontece desde 1969. Por isso, Burkina Faso, apesar de ainda ser um dos países mais pobres do mundo, habituou-se a receber muitos turistas, de todo mundo. "A população é muito gentil e adora receber os visitantes.
Mas lógico. Eles precisam do dinheiro dos turistas pra poder COMER...
Há excelentes hotéis e a comida local é muito boa. Meu restaurante preferido é o Le Tan Tan, que serve um peixe delicioso, chamado Captain. Também descobri em Burkina Faso que do gengibre se faz um suco delicioso, que raspa a garganta, mas que é especial para aliviar a sensação de poeira do deserto", diz.
Afff... Gengibre com poeira do deserto. Combinação perfeita!
Paulo conta que quando esteve lá ficou mais concentrado nos filmes, mas que há opções de passeios para ver os animais, como safáris no deserto. "A paisagem é muito bonita. O país está na cabeceira do deserto do Saara".
Quando Paulo Betti esteve lá pela primeira vez, em 2007, filmou o evento e a rotina da cidade na garupa de uma moto, principal meio de transporte dos burkinababes.
Se o nome da capital já era bom, o adjetivo pátrio é melhor ainda! Mas por que não burkinafasenses?
"Imagine que entrevistei o astro Danny Glover sentado no meio fio na calçada. Lá não existe espaço para frescura", conta o ator.
KkkkKkkk... Claro que não! Pensei que não existisse nem calçada!
O resultado do material produzido por Paulo foi o documentário "Tão Perto, tão longe", lançado no Brasil e projetado durante o Fespaco em 2009. O título do filme é uma referência à proximidade geográfica e cultural entre África e Brasil e, ao mesmo tempo, à grande distância quanto à falta de conhecimento recíproco e à dificuldade de acesso entre um continente e outro. "Se olharmos o mapa, veremos que numa viagem de seis horas estaríamos em Ouagadougou. Mas somos obrigados a ir a Paris. Pronto. A viagem passa a ser de dois dias", diz Paulo.
Mas o que que ele quer? Aluga um avião então, filhote! Ou tá achando que a TAM vai abrir voo direto São Paulo—Ouagadougou? Qual a rentabilidade disso?
No continente africano, Paulo Betti também já esteve em Marrakesh, no Marrocos. Paulo adora viajar e tem uma boa lista de lugares incríveis por onde já passou e que foram muito marcantes. Pelo mundo, cita várias cidades na Espanha, como Granada, Nova York, onde morou e estudou durante um ano, e até Tóquio, onde o ator se sentiu 40 anos adiante, enquanto caminhava pelas ruas da metrópole. Já esteve várias vezes na Itália, terra de seus antepassados. "Lá, me irrito e me divirto. Adoro e odeio. Roma é meu lugar predileto".
Aqui faltaram uns ponto-e-vírgulas (prova de que eles têm sim utilidade e de que o jornalista não sabe usá-los). Parece que Nova York e Tóquio também estão na Espanha. Sem falar que "Pelo mundo, cita várias cidades na Espanha" fica particularmente engraçado.
No Brasil, a lista é ainda maior. "Adoro o interior de São Paulo, Ribeirão Preto. Gosto do Piauí, especialmente de um sítio arqueológico chamado Sete Cidades, imperdível. Porto Alegre e Curitiba, com seus sebos, adoro! No Brasil gosto de tudo: Salvador, Juazeiro, Petrolina, João Pessoa, Fortaleza...", enumera.
Paulo Betti é ator e produtor de televisão, teatro e cinema. Iniciou a carreira de ator no teatro na década de 1970 e atuou em diversas peças, novelas e filmes. Na televisão, interpretou personagens célebres como Timóteo, na novela "Tieta", de 1989, e Ramiro, na minissérie "Luna Caliente", de 1999. Atuou em dezenas de filmes, como "A casa da mãe Joana", de 2008, "Zuzu Angel", de 2006 e "Mauá - O Imperador e o Rei", de 1999. Em 2005, estreou como diretor de cinema, com o filme "Cafundó".
Pra mim, esse final é de extrema vitalidade. Não que eu seja um admirador da carreira do Paulo Betti. Longe disso. Mas esse final serve pra lembrar todo mundo de que ele fez Tieta. E, do fundo do meu coração, merece a morte aquele que falar mal de alguém que fez Tieta. A melhor novela da TV ever...
PRÓ-CRISE
Vai entender o que se passa na cabeça do patrão. Claro, porque eu não tenho a MENOR dúvida de que os comerciais do SBT são todos criados pelo SS em pessoa!
4 de mar. de 2009
A UTILIDADE DOS BLOGS
Ao que interessa. Eu estava mega-apressado para ir pra casa quando ela se conectou e me cumprimentou. Aí eu respondi bem rápido e, em muito pouco tempo, chegamos ao assunto "meu carro está na oficina". Ela me perguntou então detalhes da batida, e eu disse pra ela que estava indo embora, mas que tinha um texto no meu blog sobre isso, que ela podia ler por lá (por aqui). E foi assim que começou a divagação sobre a utilidade do blog: você pode relatar as coisas que acontecem com você ou as coisas que você pensa (como este mesmo post, inclusive) e depois, em conversas futuras, apenas passar o link de cada um desses pedacinhos da sua cabeça. Mais ou menos assim:
Shirley: E aí, Denis, tudo bem?
Denis: http://blogdodenis.com.br/o-dia-em-que-nao-esta-tudo-bem-porque-bati-o-carro
Óbvio que, mais pra frente ainda, especialmente quando as pessoas têm muitas dúvidas recorrentes, como é o caso de todo mundo, as próprias perguntas poderão vir como URLs também:
Shirley: http://blogdashirley.de/sera-que-vai-chover-hoje
Denis: http://blogdodenis.com.br/link=previsao-do-tempo-nas-capitais-do-meu-brasil
Shirley: http://blogdashirley.de/queria-tanto-ir-pra-praia
Denis: http://blogdodenis.com.br/link=www.companhia-aerea.com.br/compre-passagem-para-a-bahia
E eis que assim a revolução vai sendo televisonada — os blogs todos hospedados no Google —, sem que a gente nem sequer se dê conta do que acontece. Ou vocês já pararam para pensar que foi a gente mesmo quem trouxe uma câmera pra dentro de casa para nos filmar?